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Secretária da Mulher do DF aponta desafios da primeira gestão 

No próximo dia 2 de fevereiro, a professora universitária Olgamir Amância Ferreira assume a primeira Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal. Um dos desafios que terá à frente da gestão é o de fazer política para as mulheres de forma articulada com outras secretarias de estados, já que a nova pasta conta apenas com recursos orçamentários destinados à antiga subsecretaria de Assuntos da Mulher.

A recém-criada pasta terá de ser estruturada para atender às reivindicações do movimento de mulheres do Distrito Federal. Segundo Olgamir, o desafio inicial é buscar recursos de outras secretarias para fazer avançar as prioridades da luta feminista e para que a questão da mulher seja tratada como política de estado. “O que temos de recursos são apenas aqueles destinados às atividades da antiga subsecretaria criada em maio do ano passado e que era vinculada à Secretaria de Justiça e Cidadania. Estes vêm naturalmente para a secretaria, mas o governador (Agnelo Queiroz) assumiu o compromisso de fazer um remanejamento nas finanças para dar continuidade ao funcionamento da Casa Abrigo, dos dois Centros de Referências, e dos 10 núcleos estaduais de atendimento à mulher. Também vamos fazer uma interlocução com as outras pastas e com organismos nacionais e internacionais”, explicou.

Câmara Técnica 

Para atender a demanda da formulação dos programas e projetos pretendidos na área de gênero, a secretária Olgamir irá criar uma câmara técnica composta por representantes de outras secretarias. A exigência é que a indicação destes seja de alguém que tenha aproximação com a questão de gênero, identidade com o debate, acúmulo acerca da temática e poder político de decisão. “Buscamos esse perfil para poder estabelecer o recorte de gênero. Na secretaria da Educação, por exemplo, temos questões que definimos como fundamentais. Queremos discutir a criação das 52 creches já anunciadas pelo governador, a formação de professores e a estruturação de currículos com o viés do gênero. Na secretaria de Segurança, que receberá este ano cinco mil novos policiais, precisamos de uma pessoa que atue na política de formação desses policiais ingressantes, mas que também trabalhe com aqueles que já atuam na rede estadual”, defendeu.

UBM no poder

Para a coordenadora nacional da União Brasileira de Mulheres (UBM), Elza Maria Campos, a entidade saúda com alegria a indicação e a posse de Olgamir, que faz parte da UBM-DF, desejando que esta secretaria possa fortalecer o processo de efetivação das políticas públicas. E que possa enfrentar e dar respostas ao processo de dominação histórico que as mulheres são submetidas, à violência que as oprime em todo o país e em particular no Distrito Federal.

“A UBM que, em sua reunião da coordenação nacional definiu o tema para seu 8º Congresso “Participação Política da Mulher e o Projeto Nacional de Desenvolvimento”, compreende que o ineditismo na eleição da primeira presidenta e na indicação de Olgamir à esta pasta está fincado na conquista pelas mulheres nos espaços de poder. Reivindicamos recursos para a recém criada secretaria. Temos a certeza que a gestão de Olgamir se constituirá em exemplo para que outras cidades implantem a Secretaria de Mulheres. Além disso, deverá se constituir em importante instrumento de ampliação da presença das mulheres nos espaços de poder e na defesa intransigente dos direitos das mulheres ", ressaltou Elza.

Equipe 

Além de Olgamir, que até então era secretária de Mulher do PCdoB-DF, a equipe contará com uma secretária adjunta e as subsecretárias de políticas para as mulheres e de enfrentamento à violência. O decreto de criação da secretaria também definiu o Conselho dos Direitos da Mulher como parte da pasta.

Fonte: UBM