Recorte de gênero e raça será mantido nas ações da UBM-SP

A coordenação estadual da União Brasileira de Mulheres – seção São Paulo (UBM-SP) estará reunida nos dias 19 e 20 de fevereiro para debater as ações da entidade no decorrer do ano. O recorte de gênero e raça está na pauta das atividades da UBM-SP, dando continuidade aos projetos já desenvolvidos. Neste próximo encontro serão definidos os temas que permearão a discussão dos seminários que são realizados em datas alusivas à questão racial.

De acordo com a coordenadora estadual da UBM-SP, a advogada Rozina Conceição de Jesus, duas datas significativas já fazem parte das atividades da entidade: O dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e o 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. “Nestes dois últimos anos a UBM-SP promoveu seminários alusivos a estas datas. Em julho do ano passado, por conta das eleições, realizamos seminário no dia 25 de julho com uma reflexão sobre a representatividade da mulher negra no espaço do poder, especificamente no parlamento. Em 2009 discutimos mulher negra e mercado de trabalho e saúde da mulher negra. O tema para este ano será discutido na reunião de planejamento, quando companheiras que também fazem parte do movimento negro trarão as suas sugestões para serem debatidas”, declara.

Outro projeto que será mantido é o “Mãe África: As Três Rodas de Resistência Negra”, que acontece no Dia Nacional da Consciência Negra. Assim como os seminários do meio do ano, o projeto é realizado em apenas um dia. Dividido em três fases, o projeto inclui um seminário no qual se debate a situação da mulher negra dentro do processo histórico brasileiro. A proposta da formação inclui abordagem sobre a atuação da mulher negra no país, as desigualdades de oportunidades no mercado de trabalho e, entre outros, o papel da mulher negra na sociedade. A segunda e a terceira etapa são dedicadas às questões culturais. “Num segundo momento apresentamos uma atividade cultural relacionada à cultura afro-brasileira, como fizemos ano passado com o maculelê, e concluímos a atividade com uma roda de samba”, explica.

Segundo Rozina, a inclusão do recorte de gênero e raça dentro da UBM-SP se deu em 2007, com a reorganização da entidade. “Uma das questões levantadas por algumas companheiras, principalmente do movimento negro, era a de que a UBM, apesar de contemplar a diversidade racial no seu estatuto, não tinha nenhuma ação prática em relação às especificidades das mulheres negras. A partir daquele momento procuramos viabilizar a inclusão desse recorte”, finaliza.

Fonte: Site da UBM