Assembleia Legislativa: “eleição” de Rossoni é mais do mesmo!

Amanhã acontece a “eleição” para a “nova” mesa diretora da Assembleia Legislativa, com chapa única encabeçada pelo tucano Waldir Rossoni. A nova legislatura começa manchada pelo maior escândalo de corrupção envolvendo políticos ocorrido nos últimos anos no Paraná. O escândalo dos diários secretos, dos funcionários fantasmas e outros desmandos, que segundo levantamento do Ministério Público atingiram a impressionante cifra de cem milhões de reais.

Artigo de Milton Alves*

Até agora, apesar do clamor popular, as punições ficaram restritas ao antigo capataz de Justus na Casa, o famigerado Bibinho, e alguns outros funcionários menos graduados. O atual presidente da Alep e outros membros da mesa não sofreram nenhum tipo de punição.

Além disso, durante todo o processo de formação da mesa diretiva da casa, foi forte a interferência do executivo, o que aponta para uma maioria parlamentar submissa aos ditames políticos do novo governador. Ou seja, uma mesa diretora sem autonomia, sem independência, fraca e a serviço do Palácio Iguaçu. A escolha de Rossoni obdece esse figurino. É mais do mesmo!

Vale registrar que o Partido dos Trabalhadores (PT) ficou de fora da armação, uma atitude coerente para uma força oposicionista.

A Assembleia Legislativa do Paraná é um dos legislativos mais fechados e conservadores do Brasil. Para se ter uma idéia, além da falta de transparência, a Alep não tem uma prática institucionalizada que permita a participação da sociedade nos seus debates, e no seu funcionamento.

A TV Sinal, que poderia ser um instrumento que favorecesse a participação da população, ainda tem uma programação essencialmente de promoção dos próprios parlamentares. O trabalho das comissões permanentes não conta com a necessária integração com as organizações da sociedade e dos movimentos sociais.

Da Alep pouco se sabe da sua agenda e da condução da mesa executiva. Os fatos demonstraram que ela é pautada por uma visão patrimonialista e voltada para a perpetuação de um determinado grupo político, o que esvazia e viola todo o sentido da vida do parlamento, que deve ser a casa da representação popular, um dos estuários dos anseios da cidadania.

Portanto, para a sociedade cabe uma permanente e vigorosa vigilância para que o parlamento estadual funcione em conformidade com os preceitos republicanos e adote procedimentos renovados para a construção de uma nova cultura política na Casa.

A cidadania deve permanecer de olhos abertos!

*Milton Alves é presidente estadual do PCdoB-PR e membro da direção nacional do partido.

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