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Inflação afeta volume de vendas nos supermercados, diz Abras

As vendas nos supermercados já sentem os efeitos da inflação. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a expansão dos preços das commodities, com picos verificados nos últimos meses, já está influenciando os volumes do ramo.

"Até outubro verificávamos crescimento de 7% no volume de venda dos produtos. As preliminares já indicam desaceleração. Agora acreditamos que o final do ano tenha se verificado o patamar de 6,5%", afirmou o presidente da Abras, Sussumu Honda. Segundo ele, a demanda interna forte, somada à recuperação da demanda externa, tem aprofundado as pressões sobre os preços internos.

No ano passado, o preço da cesta de 35 produtos de amplo consumo, a chamada AbrasMercado, apresentou crescimento acumulado de 17,4% – avanço maior do que o registrado pelo IPCA, cuja variação foi de 5,91%, no período. O IPCA alimentos, por sua vez, ficou em 10,39%. Isso significa que, em valores nominais, a cesta alcançou R$ 307,04 em dezembro, frente ao patamar de R$ 261,51 verificado no fim de 2009.

O levantamento da Abras revelou que, no acumulado do ano, os produtos com as maiores altas foram o feijão (51,6%), papel higiênico (43,3%) e carne traseiro (34,9%). Já os produtos com maiores quedas foram a cebola (-47,1%), a batata (-19%) e o tomate (13,6%).

"Os destaques de vendas no ano, em geral, foram para os produtos que não tiveram forte variação nos preços, como as bebidas", acrescenta Honda.

Nesta manhã, a entidade mostrou que as vendas reais acumuladas pelo setor supermercadista em 2010, cresceram 4,2% em relação a 2009, resultado que ficou abaixo do patamar de 4,5% projetado pela Abras em outubro.

Para 2011, a associação prevê alta de 4% nas vendas reais. "O cenário para 2011 não é ruim. Continuamos vendo a geração de empregos, mas vemos que o governo está tomando medidas para conter a inflação", afirmou Honda. Segundo ele, o setor varejista depende muito da renda e, com o aumento dos custos do crédito e a elevação nos preços, essa renda pode ficar mais comprometida.

Fonte: Valor