Mães da Praça de Maio: Dilma e Cristina “são revolucionárias”
A líder das Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini, classificou nesta segunda-feira (31) como “bela” a reunião que teve com a presidente Dilma Rousseff e a mandatária argentina Cristina Kirchner. Também participaram outras organizações de direitos humanos que exigem o julgamento e punição dos responsáveis por sequestros, torturas e assassinatos de civis na ditadura militar argentina (1976-83).
Publicado 01/02/2011 09:19
Bonafini ressaltou que as chefes de Estado “são mulheres revolucionárias que lutaram ao lado dos nossos filhos e se tornaram presidentas”.
Segundo Estela de Carlotto, líder das avós, durante a reunião na Casa Rosada as representantes das organizações explicaram a Dilma as formas que encontraram na Argentina para "resolver os assuntos da verdade e da Justiça". Estela avaliou que no Brasil "ainda não foram investigadas as responsabilidades nos assassinatos e desaparecimentos durante a ditadura".
No entanto, em conversa com jornalistas, Estela destacou que sabia que no Brasil o processo de investigação dos crimes da ditadura tiveram outras características, já que "cada país tem uma forma diferente de fazer essas coisas". "Não há uma fórmula ou receita única para isso", disse.
Dilma foi presenteada com um lenço branco, símbolo do movimento, durante o encontro na Casa Rosada, sede do governo argentino.
A presidente Dilma negou que as representantes da associação tenham pedido a abertura dos arquivos da ditadura militar no Brasil. “Elas fizeram uma manifestação imensa de carinho por mim, identificando em mim o que elas perderam ao longo dos anos”.
Minutos antes de embarcar, Dilma recebeu uma carta escrita por Lilian Ruggia, irmã do estudante argentino Enrique Ernesto Ruggia, que desapareceu no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, em 1974. Na carta, Lilian pede a abertura dos arquivos da ditadura militar brasileira e a revisão da Lei de Anistia.
As histórias das Mães da Praça de Maio e da presidente Dilma são ligadas pela luta contra a ditadura militar.
A associação de mães e avós foi criada há 30 anos, durante a ditadura argentina, entre 1976 e 1983, e cobram o paradeiro dos desaparecidos políticos e a punição dos envolvidos em tortura e assassinatos durante o período. Nos lenços brancos que usam na cabeça está escrito o nome do desaparecido político.
Da redação,
com agências