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Jucá e Vaccarezza continuarão líderes do governo no Congresso

O Diário Oficial da União publicou na edição desta quarta-feira (2) as indicações de Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Romero Jucá (PMDB-RR) para os cargos de líderes do governo na Câmara e no Senado, respectivamente. Jucá já havia sido convidado para continuar no cargo em janeiro, logo após a posse da presidente Dilma Rousseff. O pemedebista, que tomou posse para o terceiro mandato consecutivo de senador, ocupa a liderança do governo no Senado desde 2006.

Vaccarezza foi confirmado ontem, depois de o deputado Marco Maia (PT-RS) ter sido reeleito presidente da Câmara. Ele está em seu segundo mandato como deputado e continua a ser o líder do governo na Câmara, posto que ocupa desde o último ano do mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em nota à imprensa, o deputadoaponta como prioridades para este novo período a unificação da base aliada em defesa dos projetos do governo e o diálogo com a oposição. “Vamos continuar o trabalho de articulação da base aliada para assegurar a aprovação dos projetos centrais do Governo para o desenvolvimento do país com inclusão social”, disse.

Oposição está cautelosa


A eleição de ontem para a Mesa Diretora da Câmara mostrou que está pavimentado o caminho para uma boa relação do executivo com o legislativo. Por enquanto, a base aliada mantém-se coesa. A oposição, por sua vez, está cautelosa. Nem mesmo a polêmica sobre o novo valor do salário mínimo está sendo usada pela oposição como instrumento de luta política.

Desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao poder, a oposição ficou 57% menor na Câmara e 64% menor no Senado. Enquanto isso, a base aliada ao governo aumentou 47%, entre os deputados e 100% entre os senadores. Hoje, no início do terceiro governo seguido do ciclo progressista, são 373 deputados aliados (contra 111 de oposição) e 62 senadores da base de apoio (contra 18 oposicionistas).

Mesmo com esta configuração favorável ao governo, os dois líderes, Jucá e Vaccarezza, terão que ser bastante hábeis para não deixar que a negociação de projetos importantes de interesse do governo se transformem em motivo de barganha na própria base aliada. O PMDB, segunda maior bancada na Câmara e primeira no Senado, já deu demonstrações suficientes de que tentará trocar votos favoráveis ao governo por espaços em estatais e no segundo escalão da administração federal.

Na opinião do diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, a nova composição do Congresso não será suficiente para, em curto prazo, pôr em debate — e muito menos em votação — propostas de reformas estruturais tão indispensáveis ao país. “Temos a maior concentração de parlamentares à esquerda do espectro político — mas num governo de coalizão essas forças acabam se diluindo. Elas puxam as posições dos partidos de direita e centro-direita que também participam do governo para o centro”, avalia.

Da redação,
com agências