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Incêndio destrói barracão das escolas de samba do Rio

Faltando cerca de um mês para o Carnaval do Rio de Janeiro, um incêndio de grandes proporções atinge a Cidade do Samba, local onde são confeccionadas fantasias e alegorias das escolas do grupo especial da capital.

O incêndio começou logo no início da manhã e se espalhou rapidamente em razão do material inflamável, como plástico, madeira e isopor, estocado nos barracões das agremiações.

Bombeiros de diversos batalhões foram mobilizados para tentar controlar as chamas. Uma densa coluna de fumaça se formou na região central do Rio e podia ser vista de longe.

As causas do incêndio ainda estão sendo apuradas pelas autoridades. De acordo com testemunhas, o fogo começou numa área reservada à Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), no quarto andar, e se alastrou para os barracões das escolas.

O fogo atingiu os barracões das escola Portela, Grande Rio e União da Ilha do Governador, todas do grupo de elite do Carnaval e que vão se apresentar no segundo dia de desfiles na Marquês de Sapucaí. Uma área reservada ao museu do Carnaval do Rio também estava em chamas.

"É uma tristeza muito grande. Perdemos muita coisa", disse à Reuters um funcionário da União da Ilha que dormia no barracão e fugiu às pressas do local. "A situação é de catástrofe total. Nosso carnaval virou cinza. Ele estava 90% pronto", afirmou Avelino Ribeiro, funcionário da Grande Rio.

A área foi isolada pelo Corpo de Bombeiros para evitar que o fogo atingisse prédios e armazéns vizinhos à Cidade do Samba.

O prejuízo para as escolas é considerado irreparável. Segundo Avelino Ribeiro, funcionário da Grande Rio, mais de 90 por cento do Carnaval estava pronto e tudo virou cinza. Empregados das escolas que estavam na Cidade do Samba disseram que o fogo começou no quarto andar, no pavilhão onde funciona um escritório da Liesa.

"Começou lá e depois se espalhou para os barracões", disse uma funcionária da União da Ilha, Maria de Lurdes da Silva

O telhado e paredes do prédio foram destruídos pelas chamas "Algumas partes da estrutura da edificação ruíram e desabaram", afirmou um relações públicas do Corpo de Bombeiros.

O presidente da União da Ilha, escola que voltou à divisão principal do Carnaval do Rio depois de anos nos grupos de acesso, passou mal ao ser informado do incêndio e precisou ser levado para o hospital.

"Sou hipertenso e fui para o hospital… temos 4.500 integrantes que vão desfilar nem que seja de bermuda e camisa", disse ele à Reuters " Apelo à Liesa e ao prefeito Eduardo Paes para que as escolas atingidas não sejam penalizadas e proponho que este ano não haja descenso no Carnaval", acrescentou

O prefeito e a Liga prometeram apoio pleno às escolas.

"Vai ter que haver um esforço muito grande. O tempo até o desfile é curto. Vai ser difícil recuperar o prejuízo", declarou o diretor de Carnaval da Liga, Iran Araújo

A Cidade do Samba foi construída na administração do prefeito César Maia. Um dos objetivos era evitar os constantes incêndios que afetavam os barracões avulsos das escolas, que prejudicavam as agremiações antes do Carnaval

Recentemente, o prefeito Eduardo Paes anunciou que iria construir uma nova Cidade do Samba para escolas do grupo de acesso.

Fonte: Reuters