Sem categoria

Lisboa: Adesão esmagadora dos trabalhadores à greve do metrô

Com os trabalhadores em greve contra cortes salariais, o metrô de Lisboa amanheceu fechado nesta segunda-feira (7), só voltando ao normal ao meio-dia. Ao longo da semana, ônibus, bondinhos, barcos, trens e correios também serão afetados por paralisações.

"Uma luta realizada contra o roubo nos salários dos trabalhadores da empresa (desde a reduçao dos salários, à redução do valor hora no trabalho extraordinário e noturno, ao corte de diversas outras cláusulas do Acordo de Empresa)", sublinha uma nota publicada no site do Partido Comunista Português.

A paralisação do metrô está inserida na semana de luta dos trabalhadores dos transportes e comunicações, que continuará na quarta-feira, com greves em empresas de transportes, na quinta com greves no setor ferroviário e na sexta com greves em empresas rodoviárias.

O deputado do PCP na Assembleia da República, Bruno Dias, expressou aos piquetes de greve a total e ativa solidariedade do PCP com a justa luta que travam.

Outras lutas

A redução no financiamento de escolas privadas leva pais de alunos realizarem manifestação amanhã, em Lisboa. Entre 26 e 28 do mês passado, alguns grupos impediram os filhos de irem às instituições de ensino, fazendo com que parte da rede ficasse sem aulas. A associação de escolas católicas declarou que vai entrar com um processo contra o governo por causa da diminuição nas verbas.

A série de protestos ocorre pouco mais de um mês depois de entrar em vigor o orçamento de 2011. Por ele, Portugal tenta sair da condição de próxima vítima da crise internacional. Após sua aprovação, o país teve a primeira greve geral em mais de 20 anos. O aperto tem impacto no desemprego, de 10,4% e o terceiro maior da zona do euro, e no crescimento econômico, com recuo estimado de 1,3% do PIB em 2011.

Os funcionários públicos que ganham acima de 1,5 mil euros (R$ 3.409,20) começaram a receber salários mais baixos. Uma manifestação nacional dos servidores está sendo programada para março. “Persistindo as razões, persiste a luta”, diz Alves. A paralisação desta semana é a terceira do setor de transportes em menos de um ano.

Para reduzir o gasto com benefícios sociais, o governo alterou já no ano passado o cálculo do rendimento familiar. A renda média de parte dos beneficiários sobe, o que reduz ou elimina as prestações. As bolsas de estudo, por exemplo, passaram a fazer parte da conta.

Na Universidade de Coimbra – a mais tradicional do país – mais estudantes abandonaram o curso no primeiro semestre deste ano letivo (iniciado em setembro) do que em todo o ano anterior. Segundo Eduardo Melo, presidente da Associação Acadêmica de Coimbra, os cortes e reduções decorrentes da nova fórmula são um dos motivos para as desistências

Com agências