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Testemunha de Assange diz que advogada de acusação é maliciosa

O criador do site WikiLeaks, Julian Assange, compareceu nesta segunda-feira (7) a um tribunal britânico para responder sobre a possibilidade de ser extraditado para a Suécia, país onde ele é acusado de supostos crimes sexuais.

Na primeira parte da audiência, os advogados de defesa de Assange apresentaram sua primeira testemunha, a juíza aposentada Brita Sundberg-Weitman, que classificou a atuação da advogada de acusação, Claes Bergstrom, de “maliciosa”.

Segundo Brita, as autoridades suecas têm conduzido o caso do criador do WikiLeaks de forma diferente desde o início. Brita acusa Claes Bergstrom de ter feito diversos comentários inflamados à imprensa e de apresentar uma visão distorcida dos homens, em uma atitude que Brita considera maliciosa.

“Ela parece presumir que todo o acusado já é culpado”, declarou. “Eu honestamente não posso entender a atitude dela, parece maliciosa. Seria tão mais simples tê-lo interrogado enquanto ele estava na Suécia. Depois que ele deixou o país, também teria sido fácil falar com ele por telefone, vídeo ou por meio da embaixada”, concluiu a juíza.

O australiano, de 39 anos, chegou às 9h15 locais (7h15 de Brasília) ao tribunal na zona sudeste de Londres, onde a audiência começou uma hora depois. Ele foi autorizado excepcionalmente pelo juiz a dormir na capital britânica durante os dois dias de audiência.

Assange desmente as acusações e afirma que o caso tem motivações políticas, em consequência da divulgação pelo WikiLeaks milhares de telegramas confidenciais da diplomacia americana, além de documentos sobre as ocupações do Iraque e Afeganistão.

Os advogados de defesa argumentarão ao juiz que a demanda é injustificada, porque Assange não foi acusado formalmente a respeito das supostas agressões, que duas mulheres que conviveram horas com eles teriam sofrido em agosto de 2010.

A defesa do criador do WikiLeaks também argumentará que, se a justiça britânica aceitar o pedido sueco, existe um risco real de os Estados Unidos requererem a extradição ou sequestro do australiano e de que, neste caso, ele seja aprisionado na cadeia ilegal de Guantânamo ou seja condenado à morte.

Com agências