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Missão do Fórum Social Mundial vai à Tunísia e ao Egito

Uma missão internacional do Fórum Social Mundial (FSM) será enviada à Tunísia e ao Egito para acompanhar a formação de novos governos nos dois países. O objetivo é dar apoio à transição para aconteça de forma democrática e rearticular os movimentos sociais que estavam na ilegalidade após anos de ditadura, informou a entidade.

Enviar uma missão a esses dois países foi uma das conclusões da 11º edição do FSM, encerrado na sexta-feira, em Dacar, no Senegal. O foco do encontro foi o continente africano, com uma numerosa participação de organizações e redes do continente que denunciaram a insegurança alimentar e a especulação sobre as terras de cultivo por multinacionais e outros países.

“Vamos nos encontrar com as organizações que estão envolvidas nessa revolução democrática e ver como podemos ajudar. Construir a democracia não é um processo fácil nem rápido. A proposta é conversar com os movimentos de mulheres, jovens, estudantes e as organizações de direitos humanos, com os quais já buscamos diálogo nos últimos anos”, afirmou Raffaella Bolini, uma das coordenadoras do Fórum Social. Segundo Rafaella, a viagem para a Tunísia deve ocorrer até março e, só depois, para o Egito.

Além de apoiar os movimentos do Egito e da Tunísia, ativistas do FSM decidiram, em Dacar, pela criação de um Fórum Social Mundial de Apoio à Palestina. O encontro deverá ocorrer no Rio de Janeiro, em 2012. Apesar dos conflitos do Magreb, que inclui Marrocos, Sahara Ocidental, Argélia, Tunísia, a região foi representada em Dacar por pelo menos quatro caravanas.

“Uma das ações mais importantes que ocorreu no FSM nos últimos três anos foi a inclusão não só das organizações dessa região, como de toda a temática que envolve o mundo árabe”, explicou Raffaella.

A tensão, principalmente entre os grupos do Marrocos e do Sahara Ocidental (os saharawi), esteve em discussões em todos os dias do fórum, desde a marcha de abertura, no dia 6. Os saharawi exigem a independência do Marrocos. A proposta do FSM, agora, é criar uma fonte de diálogo entre esses movimentos sociais para que busquem uma alternativa aos conflitos, diferente das linhas de cada um dos governos.

Fonte: Opera Mundi