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Protesto contra governo deixa um morto no Irã, diz agência

Uma pessoa morreu e várias ficaram feridas nesta segunda-feira (14) durante um protesto contra o governo do Irã que reuniu milhares de pessoas na capital, Teerã, segundo a agência semioficial Fars. Os Estados Unidos procuram tirar proveito da situação e estimulam abertamente a oposição, numa ingerência descarada e subversiva.

A agência culpou "sedicionistas" pelo tiroteio que causou a vítimas, mas não entrou em detalhes. Nem citou suas fontes. Forças de segurança do Irã lançaram gás e balas de tinta contra manifestantes no centro de Teerã nesta segunda, relataram testemunhas mais cedo. Dezenas de pessoas teriam sido presas. Os enfrentamentos aconteceram na Praça Azadi (Liberdade), no centro da capital.

Ingerência imperialista

Segundo sites e relatos de testemunhas, milhares de oposicionistas tomaram as ruas da capital iraniana para apoiar a mobilização. Mais cedo, a polícia iraniana teria bloqueado o acesso à casa do ex-primeiro-ministro Mir Hossein Mousavi, um dos líderes da oposição, para impedir que ele participasse da manifestação.

Diferentemente do que ocorreu durante o levante no Egito, os EUA se apressaram a apoiar os manifestantes iranianos. "Queremos para a oposição e o povo heroico nas ruas das cidades de todo o Irã as mesmas oportunidades dadas à população egípcia na semana passada", disse a secretária de Estado, Hillary Clinton, durante visita ao Congresso dos Estados Unidos.

A diferença, no caso, é que Mubarak era um fiel aliado do império e fazia adicionalmente o jogo dos sionistas israelenses no Oriente Médio. Já o Irã, desde a revolução islâmica de 1979, é uma pedra no sapato do imperialismo na região.

Conspiração subversiva

Em relação ao país persa, a conduta dos Estados Unidos não se limita à retórica, é cada vez mais abertamente intervencionista e subversiva. Conforme o portal G1, “o Departamento de Estado dos Estados Unidos começou a escrever neste domingo (13) mensagens em farsi no site de microblogs Twitter, para dirigir-se aos iranianos e insistir na necessidade de que o Irã permita que sua população se manifeste de forma pacífica e livre, como no Egito”.

De acordo com o portal da Globo, no lançamento de sua nova conta no Twitter, @USAdarFarsi, os Estados Unidos evocaram "o papel histórico" que as redes sociais tiveram para os iranianos nos protestos, após as eleições presidenciais de 2009. "Queremos nos unir a vocês, às suas conversas diárias", escreve o Departamento de Estado em uma mensagem.

O golpe contra a democracia em 1953

É uma ingerência descarada na política interna do Irã, mascarada pela retórica da defesa da democracia e dos direitos humanos. A história ensina que os propósitos do império nada têm de democráticos. Florescia no Irã do pós-guerra a mais avançada e promissora experiência de democracia parlamentarista no Oriente Médio. Foi abortada violentamente por um golpe militar patrocinado conjuntamente pelos EUA e Grâ-Bretanha.

“Atuando em conjunto”, conta o sítio História por Voltaire Schilling (hospedado no Portal Terra), “a CIA norte-americana e o M-16, o serviço secreto inglês, arquitetaram um golpe de Estado no Irã, em 1953: a Operação Ajax. O objetivo era a derrubada do primeiro-ministro Mohammad Mossadegh, o líder nacionalista que estatizara as empresas petrolíferas estrangeiras.”

Lições da história

“Esta ação”, continua, “revelou-se historicamente desastrosa. O nacionalismo iraniano, escorraçado e perseguido pelo regime pró-ocidental do Xá Reza Pahlevi (1953-1979), terminou por refugiar-se nas mesquitas dos sacerdotes e guias religiosos, fazendo com que eles liderassem a revolução Xiita de 1979. Revolução religiosa e cultural que causou muito mais estragos aos interesses anglo-americanos do que o nacionalismo secular de Mossadegh de vinte e cinco anos antes.”

As pregações e conspirações subversivas do imperialismo contra o regime iraniano respondem ao objetivo de resgatar o país para a área de influência de Tio Sam e consolidar em todo o Oriente Médio a ordem reacionária e tirana imposta aos povos da região pelos Estados Unidos em aliança com Israel.

Da redação, com agências