Carlin Moura e deputados visitam Aglomerado da Serra

"Não podemos permitir que o mau exemplo de uns poucos policiais comprometa o funcionamento da Polícia Militar", completou o deputado Carlin Moura (PCdoB).

carlin no aglomerdado da serra - ALMG

Deputados estaduais participaram de um ato público no Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, em repúdio ao assassinato de duas pessoas naquela comunidade, ocorrido no último sábado (19), por policiais militares do batalhão de Rotas Táticas Metropolitanas (Rotam). O ouvidor de Polícia do Estado de Minas Gerais, Paulo Alckmin, também esteve presente.

Os parlamentares disseram que vão pedir ao governador Antônio Anastasia a extinção da Rotam, um grupamento, segundo o deputado Durval Ângelo (PT), "truculento com a comunidade e conivente com o tráfico de drogas". "Não podemos permitir que o mau exemplo de uns poucos policiais comprometa o funcionamento da Polícia Militar", completou o deputado Carlin Moura (PCdoB).

Os deputados também visitaram o beco onde foram mortos o técnico de enfermagem Renilson Veriano da Silva, de 39 anos, e seu sobrinho, o estudante Jéferson Coelho da Silva, de 17 anos. No local, os parlamentares ouviram vários moradores sobre os assassinatos e conferiram algumas evidências de que os policiais da Rotam executaram Jéferson quando ele já estava caído no chão. Em meio às marcas de sangue no asfalto há um buraco, provavelmente provocado pela bala que atravessou seu corpo.

Novas denúncias surgem no local, com informações de que policiais da Rotam receberiam propina de traficantes do morro para protegerem a ação criminosa. Moradores dizem que policiais corruptos aceitam até eletrodomésticos como propina. Eles reclamam da formação de milícias e da ação truculenta do batalhão.

O deputado João Leite (PSDB) informou que o governador Anastasia determinou a apuração rigorosa dos crimes e incentivou a população a denunciar os maus policiais. Para tornar isso mais fácil, o ouvidor de Polícia do Estado de Minas Gerais, Paulo Alckmin, comprometeu-se a comparecer ao aglomerado sempre que for chamado para receber as denúncias, garantindo o anonimato de todos que quiserem falar.

O protesto dos moradores, feito de forma pacífica e ordeira, foi elogiado pelo deputado Paulo Lamac (PT). "Queremos que prevaleça a justiça, e não o corporativismo", afirmou. Ele disse que a comunidade não está sozinha nessa reivindicação, pois conta com o apoio da Assembleia Legislativa, da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte e da Ouvidoria de Polícia. "Estaremos ao lado de vocês até a conclusão das apurações", salientou.

Os parlamentares ouviram a população e conseguiram levantar uma nova denúncia: militares estariam envolvidos em esquemas de caça-níqueis. Todas as alegações da população serão apuradas pela PM. A Corregedoria da corporação vai instalar uma ouvidoria itinerante no aglomerado para colher denúncias dos moradores. Segundo o deputado, uma das primeiras reuniões conjuntas das comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública vai tratar da apuração dos crimes de sábado.

Os deputados anunciaram que amanhã, assim que forem instaladas as comissões da ALMG, será feito um requerimento conjunto para uma audiência pública na Casa. A pedido dos deputados, o funcionamento das linhas de ônibus será regularizado e as escolas tornarão a abrir.

Da Redação, Sheila Cristina,
com informações da ALMG