Vereadora cobra atitude da CMM em relação a Amazonino Mendes

A vereadora Lucia Antony (PCdoB) cobrou, nesta quinta-feira (24/02), que a Câmara Municipal de Manaus (CMM) se posicione de forma oficial sobre as declarações que o prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, fez durante uma visita à Comunidade Santa Marta, no último dia 21, quando debochou dos paraenses e desejou a morte para uma moradora do local.

A parlamentar defendeu um posicionamento firme do Legislativo Municipal durante a reunião que entidades representantes dos estudantes e de associacões de moradores tiveram com vereadores e a presidência da Casa, na manhã de hoje. “Não podemos conviver mais com esse tipo de bairrismo ultrapassado. Manaus é a casa de muitos paraenses, migrantes e imigrantes. A sociedade cobra uma posição da Câmara Municipal em relação as declarações preconceituosas e frustantes do prefeito”, disse.

Lucia Antony destacou que o episódio trouxe à tona dois pontos negativos que assolam a cidade: o primeiro se refere a falta de uma política habitacional em Manaus e o segundo trata do preconceito existente na sociedade. Ela afirmou que é preciso discutir o espaço urbano da cidade, salientando que é necessário a realização de uma ação conjunta para resolver a questão da moradia.

A parlamentar destacou que é preciso também fazer algo contra o preconceito que existe entre as regiões e que destrói as relações, enfraquecendo a luta em defesa da Amazônia. “A Região Norte não pode se dividir. Devemos ficar unidos para defender nossos interesses. Laudenice é vítima de uma sociedade desestruturada. Ela precisa do amparo do Estado e não da falta de cordialidade do prefeito”, falou, em referência a desempregada vítima da agressões verbais de Amazonino Mendes.

Cobrança
Várias entidades representantes dos estudantes e de associações que lutam por moradia estiveram, na manhã desta quinta-feira, na presidência da Câmara Municipal de Manaus (CMM). Eles entregaram um ofício em que pedem uma investigação para apurar a conduta do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes, no episódio ocorrido na Comunidade Santa Marta.

Estiveram presentes no encontro as seguintes entidades: União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estaudantes Secundaristas (Ubes), União Estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE), União Estadual dos Estudantes Secundaristas do Amazonas (Uesam), União Municipal dos Estudantes Secundaristas (Umes), Movimento Nacional de Luta por Moradia, Movimento Fé e Política e Coordenação Nacional de Associação de Moradores (Conam).

As entidades pedem a punição do chefe do Executivo Municipal de acordo com o Título III, seção V, da Lei Orgânica do Município, que trata da responsabilidade do prefeito, que no seu artigo 81 diz que o prefeito será ‘processado e julgado pela Câmara Municipal” quando proceder de “modo incompatível com a dignidade e decoro do cargo”. “Não é somente os vereadores que precisam dar suas opiniões pessoais. A Câmara Municipal precisa se posicionar como instituição que representa o povo”, disse Maria das Neves, presidente da União Estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE-AM).

Ela voltou a pedir a punição ao prefeito para que o episódio de discriminação não se repita. “O que Amazonino fez não nos representa. O Amazonas sempre teve fama de acolhedor”, disse Maria das Neves.

Para o coordenador do Movimento Nacional de Luta por Moradia, Moisés Aragão, é preciso implantar uma política habitacional justa direcionada as classes mais pobres da população, principal vítima da falta de moradia em Manaus. “Os pobres não têm onde morar. Eles estão excluídos há anos”, destacou o ativista.

No final do encontro, as entidades realizaram um ato público com um caixão simbolizando o prefeito Amazonino Mendes em protesto contra as agressões verbais dele contra os paraenses e a desempregada Laudenice Paiva, da Comunidade Santa Marta.

De Manaus,
Anwar Assi