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A China e os próximos cinco anos

Depois de crescer até se tornar a segunda maior economia do mundo, a China agora mira os próximos cinco ano como um passo decisivo na busca por construir uma sociedade moderadamente próspera para 2020.

Por estes dias, muito se fala das metas e desafios no período 2011-15, ante a proximidade do início da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, no próximo sábado, a qual deve aprovar o 12º Plano Quinquenal de Desenvolvimento Sócio-Econômico do país.

Entre as projeções preliminares, destaca uma taxa de crescimento anual de 7%, inferior em 0,5% ao do quinquênio anterior, correspondendo à estratégia que prioriza sua qualidade, ou seja, manter a expansão de forma sustentável.

As metas são enormes e mais difíceis porque tudo começa com uma situação internacional adversa, quer tem como principais expressões os elevados preços do petróleo e de outros produtos, incluindo alimentos, enquanto a estabilidade ainda está por regressar aos mercados.

Cabe lembrar que, no caso do petróleo, a China importou no ano passado 239 milhões de toneladas, 17% a mais que no ano anterior.
Mas nem tudo acontece fora de casa. O país começou 2011golpeado por uma forte seca que afetou oito províncias com importância na produção do trigo de inverno.

Apesar de já ter melhorado, a falta de chuva forçou o governo a implementar um plano de emergência que permitiu reduzir as áreas danificadas, mediante aescavação de poços e a entrega de fundos para combater este fenômeno, entre outras medidas.

Esta adversidade aumenta os desafios para as autoridades naquela que se reconhece como a principal prioridade do ano: a luta contra a inflação, ou seja, controlar o aumento de preços, com marcados incrementos nos últimos três meses.

Especialmente quando essa realidade é uma das principais preocupações da população, com base nas seguintes estatísticas.

Em novembro, o Índice de Preços ao Consumidor registrou um aumento de 5,1%, o maior em 28 meses, em dezembro foi de 4,6% e, em janeiro, subiu para 4,9%. O principal termômetro da inflação cresceu no ano passado 3,3% – 0,3% acima da meta oficial.

Tudo isto apesar das medidas tomadas para estabilizar, que vão desde o aumento das taxas de juro e do coeficiente de reservas dos bancos, até maiores controles dos alimentos e a venda de reservas de certos produtos.

Outro grande desafio para as autoridades está relacionado com a habitação, onde os preços são muito elevados e inalcansáveis para as famílias de baixa renda, motivo pelo qual são urgentes planos que assegurem preços acessíveis a este grupo populacional.

Conforme anunciado, esta nação de mais de 1,3 bilhões de habitantes planeja construir 36 milhões de casas de baixo custo nos próximos cinco anos, com vistas a aliviar essa situação e também promover a estabilidade dos preços.

Todos os planos devem permitir à China reduzir as diferenças sócio-econômicas entre a cidade e o campo e entre sua região ocidental (menos desenvolvida) e a oriental, nos esforços também para reduzir a pobreza e garantir a justiça social.

Estas projeções, incluindo os desafios, serão discutidas amanhã (03), nas sessões da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, principal organismo de consulta política do país, e, a partir de sábado, na Assembleia Popular Nacional.