Bancada feminina quer  voto em lista fechada na reforma política

Na comemoração antecipada do Dia Internacional da Mulher nesta terça (1º), no plenário do Senado, em sessão do Congresso Nacional, integrantes da bancada feminina defenderam mudança na legislação eleitoral para aumentar a representação feminina no parlamento. Entre as proposta, houve o apoio da votação em lista pré-ordenada com alternância de nomes entre homens e mulheres.

Dia da Mulher - Divulgação

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que defendeu a discussão da proposta na reforma política, disse que essa é a forma mais ágil de levar a presença das mulheres ao parlamento. Ela é titular da comissão de reforma política do Senado.

Hoje o eleitor vota em lista aberta, ou seja, escolhe o candidato numa relação disposta pelos partidos. Na chamada lista pré-ordenada, o eleitor vota na legenda que possui uma lista de candidatos, sendo que os primeiros serão os eleitos.

Na perspectiva da senadora Vanessa, a votação em lista com alternância de nomes de homens e mulheres e o financiamento público de campanha iriam fortalecer os partidos políticos e ainda propiciar o aumento da representação feminina.

“Se países como o Uruguai, a Argentina e outros, com democracias menos fortalecidas do que a nossa e com economias menos expressivas, têm uma participação feminina mais clara, mais expressiva, mais significativa, isto se deve, em grande parte, à sua legislação política eleitoral”, disse.

O mesmo entendimento possui a vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), para quem a bancada feminina precisa estar unida no debate da reforma política. “Se alista for aprovada, queremos sim um homem e uma mulher, porque senão virão 40 homens e as mulheres na cadeira para tentar ajudar a elegê-los. Isso, nós mulheres, principalmente as deste parlamento, deputadas e senadoras, sabemos o que já foi difícil chegar aonde chegamos sem lista. Com a lista será a garantia de que as mulheres realmente poderão fazer essa diferença”, defendeu.

Segundo ela, a representação feminina na Argentina avançou com a votação em lista. Hoje naquele país as mulheres representam 38% no parlamento. “E nós não avançamos. Nós até estamos estagnadas, para não dizer em retrocesso. Continuamos com 10%, 11% de mulheres. Em 10 anos, já podíamos, e devíamos, ter dado o salto que não conseguimos dar.”

De Brasília,
Iram Alfaia