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“Orgulhoso da sua história”, PCP comemora 90 anos em Portugal

Sob o lema "Liberdade, Democracia, Socialismo – Um Projeto de Futuro", o Partido Comunista Português (PCP) completa 90 anos neste domingo (6). Haverá festas e celebrações em todo o país, com destaque para as cinco "grandes iniciativas" – ou almoços-comícios – em Lisboa, Seixal, Porto, Funchal e Alentejo.

Fundado em 6 de março de 1921, a legenda viveu, conforme seu Comitê Central, “90 anos de luta heroica a serviço da classe operária e dos trabalhadores, do povo e do país”. O PCP se afirmou como “um partido que, orgulhoso da sua história, aprendendo com a sua própria experiência, firme e determinado no presente, assume com energia, audácia e confiança as exigências do futuro”.

Sobre esse futuro, diz a nota do Comitê Central, “o PCP assume, neste início da segunda década do século 21, o seu compromisso de sempre com os trabalhadores, a juventude e o povo, a luta pela liberdade, a democracia, o socialismo e o comunismo”. Em entrevista à Agência Lusa, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, analisou que o partido “tem uma influência social muito superior à sua influência eleitoral” – um “capital que poucos partidos comunistas têm”.

Segundo Jerónimo, “muitos novos militantes” têm aderido ao PCP, em particular jovens – 30% dos novos militantes têm menos de 30 anos. “É quase um caso singular na Europa. No plano europeu, é um partido com muita força e com muita expressão em termos de filiação”.

Jerónimo relata que os comunistas são “sempre bem recebidos em qualquer ponto” do país. “O secretário-geral do PCP, se confundisse simpatia com apoio eleitoral, então sim, ficaria desiludido”, disse, salientando a forma como diz ser “respeitado” nas ruas: “As pessoas escutam-nos, convergem conosco na apreciação da situação política, econômica, social”.

O líder comunista também identifica “barreiras” no “preconceito anticomunista” e na ideia de que o PCP “não consegue ser poder”. De acordo com Jerónimo, o partido “só vê um caminho: continuar a identificar-se profundamente com os interesses dos trabalhadores, do povo e do país”. Aos 90 anos, o PCP “continua a ser um grande coletivo partidário. Está crescendo e rejuvenescendo-se”, garantiu.

O reforço do PCP é, no entanto, “uma tarefa inacabada”, o que motivou a campanha “Avante! Por um PCP mais forte”, saída do último congresso comunista, em dezembro de 2008. No ano do 90º aniversário, os comunistas querem obter mil novas filiações oriundas das empresas e locais de trabalho.

História

Em 90 anos de história, o “momento mais exaltante” do PCP, para Jerónimo, é a “vitória do 25 de Abril de 1974”, seguida de “um processo riquíssimo e de grandes transformações” e de “uma reestruturação capitalista. Há mais de 30 anos, tentam destruir aquilo que em pouco mais de um ano a Revolução de Abril conseguiu”, disse, exemplificando com “o que resta de nacionalizações, direitos dos trabalhadores, Serviço Nacional de Saúde, escola pública, proteção social”.

De 1921 aos dias de hoje, Jerónimo de Sousa identifica um fio condutor: a existência da luta de classes. “'O capitalismo nunca se conforma com o que tem, está na sua natureza ter mais lucro e viver da exploração de quem trabalha”, considera, afirmando que “hoje há uma ofensiva ideológica tremenda, sempre com o mesmo objetivo”.

Da Redação, com agências