Wisconsin vive mais um dia de grandes protestos contra governo
Milhares de pessoas foram às ruas de Madison, capital do estado americano de Wisconsin, em repúdio ao acordo dos republicanos no Senado local, que corta radicalmente os direitos de negociação sindical, eleva os custos da saúde e reduz as aposentadorias.
Publicado 10/03/2011 16:54
O diário estadunidense The Washington Post informou nesta quinta-feira (10) que, por meio de uma manobra legislativa, foi aprovado o projeto de lei apresentado pelo governador Scott Walker, com 18 votos a favor e um contra.
Segundo a mídia estadunidense, a decisão foi "brusca, acelerada e tomou de surpresa os democratas".
Tão logo os trabalhadores souberam da decisão, foram às ruas e para a frente do edifício do Congresso local, onde gritaram "Essa é nossa casa. Fora!".
Por três semanas consecutivas milhares de trabalhadores públicos, professores, estudantes, policiais e bombeiros, entre outros profissionais, exigiram que seus direitos fossem respeitados e trataram de tentar evitar o que agora se transformou em lei.
O Post assinalou que os democratas receberam a notícia com indignação e destacou que, para o presidente do Partido Democrata em Wisconsin, Michael Tate, tudo o que acontece agora é uma estratégia política.
Ao separar o projeto de lei de medidas fiscais, no qual se exige o voto de 20 membros, os republicanos ultrapassaram os obstáculos criados pelos 14 democratas, que se encaminharam para Illinois na tentativa de bloquear o acordo.
Nesta quinta-feira o projeto deverá ser examinado pela Câmara dos Representantes, de maioria republicana, e já se sabe o resultado antes mesmo de sua votação.
Os republicanos usam como pretexto para aprovar as medidas a alegação de que elas reduziriam o deficit fiscal, mas seus opositores dizem que eles só pretendem debilitar o poder dos sindicatos, que tradicionalmente se alinham com os republicanos.
O plano de Walker prevê cortar os investimentos de ajuda aos governos locais e distritos escolares, o que, segundo se diz, poderá traduzir-se em 12 mil demissões nos próximos anos.
Para especialistas, a iniciativa de um estado para reduzir o deficit impulsiona agora um rio de protestos sindicais, estendidos a mais de 20 estados e que é considerao o maior nos últimos 30 anos.
Fonte: Prensa Latina