Conheça os campeões do desfile de rua do Carnaval de Fortaleza

A “Sapucaí cearense”. O cenário não era tão apoteótico, mas a ansiedade e vibração de quem aguardava a apuração do carnaval da Domingos Olímpio refletiam a dimensão cultural do Estado.

Os protagonistas do desfile de rua, que há mais de 50 anos abrilhantam a festa carnavalesca fortalezense, foram ao Ginásio Paulo Sarasate, torceram, vibraram e comemoraram. As categorias premiadas foram Escola de Samba, Blocos Carnavalescos, Cordões, Maracatus e Afoxé.

O presidente da Associação das Entidades Carnavalescas do Estado do Ceará (ACECC), Eduardo Medeiros, anunciava os votos dos 12 julgadores. Todos eram músicos ou compositores, que davam notas para quesitos como fantasia, bateria, comissão de frente, samba enredo, entre outros. Os prêmios variavam entre troféus e a quantia de R$ 4 mil, dedicada ao primeiro lugar da categoria Escola de Samba.

A vencedora Mocidade Independente da Bela Vista mostrou que o samba também reina em Fortaleza. A cada nota, uma reunião de batuques, pulos e gritos. As vestimentas não eram mais à caráter, assim como a maioria dos carnavalescos que representavam as categorias. Porém, a alegria do grito “É campeão” fazia de tal ornamentação, desnecessária.

Foi a primeira vez que a escola ganhou o primeiro lugar, após 10 anos de desfile. De acordo com o diretor da entidade, Ednardo Targin, foi uma conquista inigualável. “Nós gastamos cerca de R$ 38 mil, enquanto existe escola que gastou muito mais. Mesmo assim ganhamos, graças à comunidade. Sempre ficávamos em segundo lugar, mas este ano foi merecido demais”, falava, tremendo de emoção.

Carnavalescos

“Coração bate mais forte. A gente passa o ano inteiro esperando para um desfile que dura 1h30. Todo mundo aqui é vizinho, vive as mesmas dificuldades e, agora, a mesma alegria”, descreveu a rainha de bateria da escola Tradição da Bela Vista, Leinade de Sousa Nunes, 15. Mesmo não sendo sua escola a campeã, a jovem comemorou a vitória da outra entidade. “Nós somos do mesmo bairro”, justificou.

O mesmo sentimento de orgulho era vivenciado pela cabeleireira Natália de Sousa Evangelista, que aguardava o resultado da categoria Maracatu. “Sou do Maracatu Az de Ouro há 19 anos e a entidade existe há 75. São mais de 31 anos sem ganhar e a ansiedade é muita. Este ano, o nosso desfile esteve mais bonito, espero que ganhemos”, disse. Por pouco o desejo de Natália não foi realizado. O Az de Ouro empatou com outra entidade, porém, o critério de desempate (mais notas 10), o deixou em 2º lugar.

Fonte: Jornal O Estado