Termina depoimentos da acusação sobre o julgamento do caso Eloá

Entre as 5 pessoas que foram ouvidas estava Nayara, amiga que também foi feita refém; outras audiências serão marcadas. Jovem de 15 anos foi assassinada pelo ex-namorado diante da polícia estadual, completamente despreparada para lidar com a violência de gênero.

Terminou no início da tarde desta sexta-feira, 11, a primeira parte da audiência de instrução do caso Eloá no fórum de Santo André, no ABC paulista. Durante a manhã, o juiz José Carlos de França Carvalho Neto ouviu o depoimento das cinco testemunhas de acusação.

A primeira testemunha a depor foi Nayara Silva, que também foi feita refém por Lindemberg Alves Fernandes e ferida no rosto por um disparo feito por ele. Depois dela, foram ouvidos o irmão de Eloá, Everton Pimentel, dois amigos dela, Vitor Lopes de Campos e Iago de Oliveira, e por último o policial militar Athos Valeriano.

Durante a tarde, o juiz deve decidir quando serão ouvidas as testemunhas de defesa e o próprio réu. Após o término da audiência de instrução, a Justiça decide se Lindemberg irá a júri popular.


Trâmite

O julgamento de Lindemberg, acusado de matar a ex-namorada, estava marcado para 21 de fevereiro deste ano, mas foi adiado em novembro a pedido do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Foi concedido habeas corpus determinando que o processo voltasse à fase de instrução. Com a determinação, todo o trabalho feito pela Justiça paulista teve de ser refeito.

A defesa do acusado sustenta a tese de que o tiro que matou a jovem partiu de um policial e pediu o direito de contestar as provas posteriormente juntadas aos autos, bem como apresentar novas testemunhas.

O crime foi transmitido em rede nacional por diversas emissoras em outubro de 2008. Lindemberg invadiu a casa da sua ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, no bairro de Jardim Santo André, em Santo André, na Grande São Paulo, numa crise de ciúmes, e manteve ela e outros três adolescentes reféns. Eloá foi morta com dois tiros e Nayara Silva, uma das amigas, foi ferida.

No episódio, a atuação da polícia de São Paulo foi classificada como "desastrosa" por movimentos de mulheres e de direitos humanos.

Com informações O Estado de S. Paulo