Acusado, Barros Munhoz (PSDB) é reeleito presidente da Alesp

Ao tomar posse, Munhoz fez uma espécie de discurso de desagravo. Alvo de denúncias por suspeita de participar de um esquema de corrupção em Itapira, cidade que administrou até 2004, ele afirmou que foi difamado e injuriado. “Fui condenado sem ter sido julgado.”

O presidente da Alesp afirmou ainda que assume com o objetivo de “servir o povo buscando atender seus anseios e ajudar a construir uma sociedade mais justa e fraterna.”

A eleição de Munhoz só foi possível com uma articulação que uniu partidos historicamente adversários como PT e PSDB. Tal negociação teve como moeda de troca cargos na Mesa Diretora, departamento que cuida do andamento dos trabalhos parlamentares.

Para conseguir o apoio do PT, por exemplo, o presidente reeleito prometeu entregar mais uma vez à legenda o comando da 1ª secretaria, espécie de “prefeitura” da Alesp –que congrega alto número de cargos, ampla infraestrutura e responde pela parte financeira da Casa.

A eleição foi finalizada por volta das 17h, com 92 dos 94 votos dados ao parlamentar que será reconduzido ao cargo.

Dois parlamentares se candidataram alheios à articulação que uniu a maior parte da Assembleia. Ambos conhecidos pelos discursos críticos ao Palácio dos Bandeirantes e ao comando da Alesp, Major Olímpio (PDT) e Carlos Giannazi (PSOL) votaram em si próprios, mas não conseguiram angariar nenhum outro voto.

A eleição da Mesa aconteceu hoje logo após a cerimônia de posse dos deputados eleitos em outubro de 2010.

Um dos únicos Legislativos do país a adotar tal prática, a Alesp só faz a troca de mandato em março, fazendo com que os primeiros meses de cada ano de renovação sejam marcados por um clima de inércia.

Apesar de algumas pendências judiciais preocuparem alguns parlamentares, todos os 94 eleitos assumiram o posto no Palácio Nove de Julho. O vice-governador do Estado, Guilherme Afif Domingos, esteve presente no evento.

Fonte: UOL