Luciano protesta contra intervenção militar imperialista na Líbia
O deputado Luciano Siqueira (PCdoB) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa na tarde desta segunda-feira (21) para repudiar, com veemência, o bombardeio de cidades da Líbia, no norte da África, pelas forças militares dos Estados Unidos, França e Reino Unido, no último sábado (19). Ao iniciar seu pronunciamento, Luciano chamou atenção para o fato de levar o assunto para debate na Casa e explicou as razões de fazê-lo.
Publicado 21/03/2011 20:06 | Editado 04/03/2020 16:57
“A primeira razão é emblemática e carregada de profundo sentido histórico: o de que faço esse pronunciamento no plenário do Parlamento que tem como patrono Joaquim Nabuco, um pernambucano nascido no Engenho Massangana que, além de ideólogo e líder abolicionista, veio a ser um grande estadista e exerceu o cargo de embaixador plenipotenciário do Brasil em Washington, que nos representou em importantes fóruns internacionais onde se debatia as condições geopolíticas da época, o progresso, a cooperação mútua, a paz mundial. A Alepe, portanto, que tem como patrono Joaquim Nabuco, não pode se eximir de considerar fatos da esfera internacional”, afirmou.
O parlamentar comunista citou a interdependência econômica das nações como a segunda razão da pertinência do debate do tema na Casa legislativa.
“A partir do final do século 19, quando o sistema capitalista mais moderno consolidou sua supremacia sobre o feudalismo e após outras etapas ingressamos na era dos monopólios, formou-se uma economia única no mundo. Desde então, o que acontece em um país muitas vezes repercute sobre outros países mesmo os mais distantes. Como agora as dificuldades pelas quais passa o Japão decorrente de terremoto seguido de tsunami, com ameaça de um cataclisma nuclear, têm influência sobre a economia mundial e brasileira. Então, o que ocorre no Oriente Médio também nos diz respeito, até porque a Líbia é fornecedora de 2% do petróleo que se consome no mundo hoje”.
Segundo Luciano a tradição do povo brasileiro e do Estado brasileiro de respeito à autonomia e autodeterminação dos povos também justifica o debate.
“Desde que nos tornamos uma nação independente, desde Rio Branco passando por Joaquim Nabuco e pela diplomacia atual, a nossa tradição foi de respeito aos fundamentos que deram origem a ONU (Organização das Nações Unidas) e antes à Liga das Nações e entre as quais estão o respeito à autonomia, a autodeterminação dos povos, a não ingerência nos assuntos internos de nenhum país”, explicou o parlamentar.
Para ele, essa é a principal razão do protesto do PCdoB contra a intervenção militar estrangeira no país africano. “Sem defender o regime de Kaddafi, que ninguém defende, nós do PCdoB protestamos contra a agressão imperialista que ocorre a partir da união articulada entre o Reino Unido, França e EUA com a participação de alguns países e protegida pelo falso manto de uma ação multilateral, por uma decisão imposta pelo Conselho de Segurança da ONU, com o voto contrário do Brasil, China, Índia, Alemanha e outros países”.
Ainda na tribuna, Luciano leu nota do PCdoB aprovada domingo (20) pela direção nacional do partido durante reunião do Comitê Central, da qual participou.
Clique no link abaixo e lei a íntegra da nota do PCdoB.
http://www.pcdob.org.br/noticia.php?id_noticia=149928&id_secao=3
O pronunciamento do deputado Luciano Siqueira nesta segunda-feira (21) na tribuna da Assembleia Legislativa foi aparteado pelos deputados Oscar Barreto (PT), Tony Gel (DEM) e Maviael Cavalcanti (DEM).
Fonte site de Luciano Siqueira