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Governo Dilma quer construir memorial para vítimas da ditadura

A ministra da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, anunciou nesta terça-feira (22) que o governo federal pretende construir um memorial em homenagem aos desaparecidos no período da ditadura militar (1964-1985) e suas famílias. Rosário, porém, não informou o local nem a possível data de inauguração do monumento.

“Que nesse memorial se registrem os desaparecidos e os mortos pela ditadura. Que se registre que o Estado brasileiro torturou e matou — mas que se registre também que as famílias dos desaparecidos nunca abandonaram seus entes queridos”, disse a ministra enquanto acompanhava buscas por restos mortais de dois desaparecidos no Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, conforme divulgou a Agência Brasil.

Rosário permaneceu no cemitério por cerca de 40 minutos, ao lado da equipe de trabalho de busca. Desde dezembro, peritos da Polícia Federal procuram, em parceria com a Procuradoria da República e o Ministério da Justiça, vestígios de militantes capturados pela repressão.

O Vila Formosa, maior cemitério da América Latina, teria sido usado como depósito clandestino de corpos de prisioneiros dos anos de chumbo. Há um mês, técnicos escavaram túmulos da quadra 47, onde estaria a ossada de Jonas, guerrilheiro da Ação Libertadora Nacional (ALN) preso pela Operação Bandeirantes (Oban) em 29 de setembro de 1969. Os restos de Sérgio Corrêa — que morreu na explosão de um carro no mesmo ano — também são procurados.

Outro objetivo da secretaria e do governo Dilma é tirar do papel a Comissão de Verdade, para apurar denúncias de torturas, assassinatos, desaparecimentos de corpos e outros crimes de lesa-humanidade cometidos pela ditadura brasileira. “Não estamos movidos hoje pela punição de quem quer que seja, mas pelo direito das famílias de sepultarem seus mortos”, esclareceu Maria do Rosário.

Ao lado dos procuradores federais Eugenia Fávero e Marlon Weickert, a ministra defendeu a apuração das atrocidades do regime. "É muito importante aprovarmos uma Comissão da Verdade. Mas, se nesse momento estivéssemos em uma posição de revanche ou movidos pelo ódio, não conseguiríamos unir o Brasil com essa causa."

Da Redação, com agências