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Rosário: Comissão da Verdade não prevê punição nem revanchismo

À beira da sepultura onde se presume que estão os restos mortais do desaparecido político Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, declarou nesta terça-feira (22) que a Comissão da Verdade recusa o revanchismo. “Não estamos movidos hoje pela punição de quem quer que seja, mas pelo direito das famílias de sepultarem seus mortos”, esclareceu.

Rosário foi ao Cemitério da Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, onde acompanhou durante cerca de 40 minutos os trabalhos dos peritos da Polícia Federal. Desde dezembro, os peritos buscam, em parceria com a Procuradoria da República e o Ministério da Justiça, vestígios de militantes capturados pela repressão.

O Vila Formosa, maior cemitério da América Latina, teria sido usado como depósito clandestino de corpos de prisioneiros dos anos de chumbo. Há um mês, técnicos escavaram túmulos da quadra 47, onde estaria a ossada de Jonas – guerrilheiro da Ação Libertadora Nacional (ALN) preso pela Operação Bandeirantes (Oban) em 29 de setembro de 1969.

Ao lado dos procuradores federais Eugenia Fávero e Marlon Weickert, a ministra defendeu a apuração das atrocidades do regime militar. "É muito importante aprovarmos uma Comissão da Verdade. Mas, se nesse momento estivéssemos em uma posição de revanche ou movidos pelo ódio, não conseguiríamos unir o Brasil com essa causa", ressalvou.

Da Redação, com informações do O Estado de S. Paulo