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Dólar em queda livre pelo quinto dia seguido fecha a R$ 1,658

A cotação do dólar comercial fechou em baixa de 0,18% nesta quinta-feira (24), a R$ 1,658 na venda. É a quarta queda seguida da moeda norte-americana, eu já acumula desvalorização de 1,66% na semana.

O Banco Central (BC) voltou a realizar um leilão para a compra de dólares no mercado à vista no pregão de hoje. A taxa aceita foi de R$ 1,658. A medida busca elevar a cotação da moeda, mas não tem logrado êxito neste sentido.

As oscilações foram modestas. Segundo profissionais, o mercado tem evitado derrubar o dólar com mais força por expectativas de que o governo possa anunciar medidas no câmbio.

"Essa sequência de baixas do dólar coincide com o fato de os investidores estrangeiros estarem voltando a reforçar suas posições vendidas no (mercado) futuro", comentou à Reuters Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper, no Rio de Janeiro.

Apostas

Os não-residentes chegaram a diminuir as apostas contra o dólar, após fontes afirmarem que o governo planejava anunciar ações para conter a escalada do real. Mas o silêncio das autoridades e a posterior informação de que a tragédia japonesa havia levado o governo a abandonar por ora o anúncio das medidas, abriram espaço para novas apostas contra o dólar.

De acordo com números da BM&FBovespa referentes a quarta-feira, os investidores estrangeiros sustentavam US$ 13,327 bilhões em posições vendidas em moeda estrangeira nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI). Nas últimas cinco sessões, essas posições sofreram um reforço de US$ 3,167 bilhões.

Knauer lembrou que a elevada taxa de juros brasileira é um dos principais motivos para a enxurrada de capital no país. "Não dá para ignorar isso (o juro). A arbitragem continua sendo feita e esse movimento pressiona o dólar." A taxa básica doméstica está em 11,75% ao ano, bem acima dos juros praticados nos Estados Unidos (entre zero e 0,25%) e na zona do euro (1%).

Câmbio e juros

Para conter a alta artificial da moeda, que promove certa desindustrialização de alguns ramos da atividade mais focados no comércio exterior, o governo teria de reduzir substancialmente a taxa básica de juros (Selic), tornando-a mais compatível com as taxas vigentes em outros países, além de abrir mão do câmbio flutuante.

Mas aparentemente isto não consta da agenda governamental. O câmbio flutuante, compromisso assumido já em 2002 pelo ex-presidente Lula na Carta aos Brasileiros, virou tabu. Os juros altos, do mesmo modo, são preservados sob o pretexto do combater a inflação, embora não seja segredo que credores e especuladores têm forte interesse nas decisões do Banco Central sobre política monetária.

Afinal, segundo estimativas da Fiesp, cada 0,50% de aumento da taxa Selic representa R$ 9 bilhões a mais transferido aos bolsos dos rentistas pelo governo em pagamento dos serviços da dívida pública. Para viabilizar tanta gentileza com banqueiros e outros investidores o governo corta na carne do povo, reduzindo investimentos em infra-estrutura, saúde, educação e outros.

Com agências