TST dá posse à ministra que já foi doméstica e filiada ao PCdoB

Escolhida pelo ex-presidente Lula e nomeada pela presidente Dilma Rousseff, a mais nova ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a goiana Delaíde Miranda Arantes, 58 anos, será empossada solenemente nesta quinta-feira (24 de março), às 17 horas, em Brasília.

Já no exercício do cargo desde 1º de março, a nova ministra, que exerceu a advocacia trabalhista nos últimos 30 anos e chegou ao TST em vaga reservada pela Constituição Federal a advogado, recebeu em seu gabinete cerca de 11 mil processos para relatar.

Em sua história pode-se ver a luta e perseverança dos que buscam realizar seus sonhos. De família humilde, concluir o ensino fundamental já foi uma luta, fazer faculdade então, exigiu muitos sacrifícios da menina pobre que chegou a trabalhar de doméstica e, depois de inscrita na OAB, passou a atuar ativamente na política classista e se filiou ao PCdoB.

A ministra promete empenhar-se o máximo possível para que os processos sejam relatados e levados à apreciação do Tribunal no menor tempo possível, lembrando que Justiça demorada é uma forma de injustiça. Delaíde Miranda Arantes está integrando a Subseção Especializada em Dissídios Individuais, ou seja, ela participará do julgamento de recursos em que estão nos polos um trabalhador e um empregador.

O TST é composto por 27 ministros, dos quais, agora, seis são mulheres. O TST é o tribunal superior com maior número de ministras. Sempre defensora das mulheres, Delaíde Miranda Arantes não teve de deixar a vice-presidência da Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas, seção de Goiás (ABMCJ-GO) por causa do novo cargo. Ela também foi a primeira mulher a presidir a Associação Goiana dos Advogados Trabalhistas, no biênio 1987/88, e é membro do Conselho Estadual da Mulher.