Em 4 dias, 114 líbios foram assassinados pelas forças da Otan
Ao menos 114 pessoas morreram e 445 ficaram feridas de domingo (20) a quarta-feira (23) nos bombardeios da coalizão internacional sobre a Líbia, anunciou nesta sexta-feira uma autoridade do ministério da Saúde líbio. "De 20 a 23 de março, 114 pessoas morreram e 445 ficaram feridas nos bombardeios da coalizão", declarou Khaled Omar durante uma entrevista coletiva à imprensa.
Publicado 25/03/2011 23:08
Questionado sobre as vítimas civis, ele declarou que "não é da incumbência [de seu ministério] fazer uma distinção entre vítimas civis ou militares".
As forças de coalizão tentam minimizar a mortandade alegando que a maioria das vítimas é de militares, como se a vida destes jovens soldados valesse menos que a vida dos civis, como se não fossem também filhos, irmãos, pais de famílias destroçadas pela violência.
Segundo Omar, 104 pessoas morreram em Trípoli e imediações, e outras dez em Sirte, cidade natal do ditador Muammar Gadhdfi, que fica mais de 600 quilômetros a leste da capital.
Ontem, uma primeira contagem divulgada pelo porta-voz do regime, Musa Ibrahim, indicou "cerca de cem mortos" nos ataques.
Aviões ocidentais sobrevoaram Ajdabiyah (leste de Trípoli) nesta sexta-feira, e segundo rebeldes, bombarderaram as forças do governo na região.
Duas fortes explosões foram ouvidas perto da cidade, que é controlada pelos partidários de Kadafi, e foram observadas grandes colunas de fumaça. Não foi possível, no entanto, determinar a origem das explosões.
Segundo depoimentos de testemunhas ouvidas pela France Presse, rebeldes executam ataques cada vez mais frequentes na região de Ajdabiyah, tentando recuperar o controle da cidade estratégica, que fica 160 quilômetros ao sul de Benghazi, principal reduto dos insurgentes pró-monarquia.
Cerca de 2.000 fieis compareceram às orações de sexta-feira em Benghazi. O imã que liderou a reza pediu solidariedade aos moradores das cidades controladas por Kadafi, e disse que a revolta popular será bem-sucedida.
Países árabes alinhados com a política imperialista dos Estados Unidos, como Qatar e Emirados Árabes, aceitaram o papel de agressores de nações-irmãs e devem se juntar nos próximos dias às forças da Otan nos ataques ao povo líbio.
Negociação inviabilizada pelos rebeldes
Em Benghazi, o porta-voz dos rebeldes, Mustafa Geriani, afirmou que o regime de Kadafi tentou em várias ocasiões negociar com os opositores, mas os rebeldes, numa atitude de intolerância, sempre o rechaçaram.
As forças rebeldes estão recebendo ajuda militar e financeira das potências ocidentais que estão atacando a Líbia.
Com agências