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Bombardeio mata mais civis na Líbia e aliados se contradizem

As forças ocidentais de intervenção bombardearam na madrugada desta quinta-feira (24) a cidade de Sebha, 750 km ao sul de Trípoli, segundo a mídia corporativa. O presidente líbio Muamar el Kadafi faz parte do clã Guededfa, que controla a cidade, um local que abriga uma importante base militar.

Caças-bombardeiros da coalizão agressora dispararam contra tanques líbios na quinta noite de bombardeios, mas não conseguiram impedir o exército líbio de disparar contra redutos  rebeldes no oeste ou desalojar suas defesas no leste.

Os ataques aéreos teriam destruído tanques líbios nas cercanias de Misrata, mas outros tanques dentro da cidade não foram atingidos, disse um morador.

Um morador da cidade de Zintan, a sudoeste de Trípoli, disse que o exército líbio se reforçavam ali e que as forças oposicionistas no leste ainda estão encurraladas nos limites de Ajdabiyah, após mais de três dias tentando retomá-la.

Cruzados colonizadores

As forças de agressão continuaram a despejar bombas sobre a capital, Trípoli, durante a noite e foram ouvidas fortes explosões. Segundo moradores, o bairro de Tajoura, no leste da capital, foi fortemente atingido pela aviação inimiga.

Uma autoridade líbia disse que tanques de combustível e uma torre de telecomunicações em Trípoli foram alguns dos locais atingidos pelos "cruzados colonizadores", como os líbios denominam as forças de agressão.

Dezoito militares e civis foram mortos somente em um bombardeio na noite de quarta para quinta. Funcionários do governo líbio levaram repórteres estrangeiros para mostrar os corpos carbonizados, depositados em um hospital que teria sido atingido pelo bombardeio

Ao mesmo tempo que os Estados Unidos afirmam que tiveram sucesso na missão de agressão, ordenam à Otan que assuma o comando da operação, colocando o restantes dos integrantes do Pacto Militar do Atlântico Norte em uma posição difícil, já que a Turquia, um dos 28 integrantes, faz fortes objeções à participação do pacto na agressão.

Contra-mão

Na contra-mão da declaração dos Estados Unidos, a França tenta justificar uma provável demora na concretização da destruição da Líbia. "Não se pode esperar que alcancemos nosso objetivo somente em cinco dias", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Alain Juppé, aos repórteres.

Depois de expressar várias vezes sua discórdia com os Estados Unidos por causa do papel da Otan, a França parece ter cedido aos americanos mais uma vez. O porta-voz do governo, no Palácio do Eliseu, afirmou que "o mais cômodo é utilizar os estados maiores existentes" do pacto militar.

O comunicado oficial contradiz a postura de Juppé, que insiste em afirmar que o papel da Otan é "técnico, de assessoria".

"Poderiamos ter imaginado diferentes cenários possíveis ara comandar essa operação. O mais cômodo é tomar o que já existe, porque tem o mérito de ter capacidade operacional", afirmou o Palácio do Eliseu, ao fazer referência à Otan.

Enquanto esteve no Chile, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou a declarar que o objetivo da missão era "derrubar Kadafi". Agora, nas palavras de Juppé, a missão "marcará uma mudança irreversível na Líbia sem seu atual líder".

Juppé assegurou, em contradição ao que pregou Obama, que a eliminação física ou a derrubada de Kadafi não está contemplada na resolução 1973 das Nações Unidas, embora tenha dito que "um regime assim, não pode durar".

Com agências