Avanço rebelde não causará renúncia, diz governo líbio
Autoridades governamentais da Líbia reiteraram neste domingo (27) a disposição de dialogar com os rebeldes para uma "transição democrática", mas descartaram uma rendição, apesar do avanço das forças rebeldes para o oeste depois de reivindicar a tomada de Brega.
Publicado 27/03/2011 17:17
Na televisão estatal, o porta-voz do Governo, Moussa Ibrahim, pediu que se coloque fim à morte de civis pelos bombardeios indiscriminados da coalizão internacional imposta pela ONU, mas insistiu na firmeza das autoridades.
Ibrahim atribuiu os sucessos militares dos rebeldes aos "intensos bombardeios "durante horas e horas, sem parar" contra o exército líbio, ao longo de 400 quilômetros de estrada costeira entre Ajdabiya, tomada no sábado, e Sirte.
Ajudados por um incessante lançamento de mísseis na sexta-feira e no sábado, com 153 e 160 missões nessa ordem, segundo o Pentágono, as forças oposicionistas tomaram no sábado a cidade de Ajdabiya e neste domingo Brega, o local petroleiro de Ras Lanuf e Uqayla.
Os oposicionistas e a mídia corporativa ocidental avaliaram como "crucial" a agressão militar contra a Líbia para poder impulsionar o avanço dos irregulares que pretendem chegar até A capital Trípoli.
Evitando falar em um número específico, o porta-voz oficial estimou que "numerosos civis morreram, inclusive famílias que fugiam de carro dos bombardeios", pedindo um "fim urgente e imediato dos bombardeios aéreos".
O Governo de Kadafi, que também enfrenta grupos armados rebeldes na cidade de Misrata e em outras a oeste de Trípoli, pediu uma "reunião urgente" do Conselho de Segurança da ONU para debater a crise na Líbia e disse aceitar uma mediação africana.
A iniciativa da União Africana contempla um plano de cessar-fogo e a abertura de negociações para um acordo político entre os líbios, que eventualmente passaria por uma substituição de Kadafi de forma pacífica.
O panorama bélico em Misratah é confuso, mas persistem os confrontos armados entre partidários e opositores do Governo, ainda que nove dias de ataques ocidentais ininterruptos supostamente tenham causado severos estragos à artilharia do Exército.
Com informações da Prensa Latina