Inácio Arruda: Fortaleza nos PACs da Copa e da mobilidade

Os grandes eventos esportivos, a exemplo da Copa do Mundo de 2014, são uma oportunidade extraordinária para canalizar investimentos em infraestrutura que possibilitam a melhoria de qualidade de vida em nossas cidades.

Por Inácio Arruda*

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) referente à Copa de 2014, já em execução, contempla intervenções na cidade de Fortaleza nas áreas de mobilidade, estádio, aeroporto e porto, que chegam a cerca de R$ 1,4 bilhão.

Em fevereiro, a presidente Dilma Rousseff lançou o PAC destinado exclusivamente à mobilidade urbana. O programa prevê investimentos da ordem de R$ 18 bilhões em 24 grandes cidades brasileiras, as capitais especialmente.

Fortaleza, com seus 2,4 milhões de habitantes, poderá receber investimentos da ordem de R$ 2,4 bilhões. Uma soma significativa cuja distribuição precisa ser discutida com a cidade. Afinal, nada melhor do que os próprios moradores falarem sobre suas necessidades.

As diretrizes do PAC da Mobilidade, de acordo com Ministério das Cidades, são: qualificar o sistema de mobilidade urbana por meio do acesso amplo e democrático ao espaço de forma segura, socialmente inclusiva e sustentável; incentivar e apoiar sistemas de transportes público coletivo urbano nas cidades e regiões metropolitanas, que contemplem mecanismos de integração intermodal e institucional, e acessibilidade das pessoas com deficiência ou com restrição de mobilidade; integrar o transporte ao desenvolvimento urbano, reduzindo as deseconomias geradas pela circulação, ofertar transporte público eficiente e de qualidade e contribuir para o desenvolvimento econômico

Os governos, estadual e municipal, podem atuar em conjunto na utilização desses recursos. Podem, por exemplo, ampliar a rede de metrô que está em construção na cidade. Podem fazer o ramal leste, que atende a uma parte significativa do deslocamento dos moradores. Podem ainda ampliar as vias que ligam o Centro de Fortaleza à região oeste.

É ela que exige mais investimentos em infraestrutura para melhor participar da dinâmica econômica da cidade. Essa região carece de transporte coletivo de boa qualidade. Os recursos não devem ficar concentrados nas regiões que já têm mais infraestrutura.

Os vereadores e deputados, os arquitetos e engenheiros, a comunidade, as associações de moradores devem debater e indicar quais as prioridades na alocação dos investimentos, que são significativos.

Vamos juntos garantir esses recursos para auxiliar na solução dos graves problemas de mobilidade urbana que vivenciamos em nossa capital.

Esses recursos aplicados em Fortaleza ajudarão o Estado como um todo, contribuindo para o desenvolvimento do Brasil.

* Inácio Arruda é senador (PCdoB-CE)

Fonte: O Povo