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Líbios resistem a avanço rebelde e criticam agressão ocidental

As forças armadas líbias realizaram nesta segunda-feira (28) uma forte resistência na cidade de Sirte diante da ofensiva oposicionista apoiada por intensos bombardeios da Otan, qualificados pelo governo líbio de ingerência ilegal e imoral.

Os combates se desenrolaram no leste da cidade natal do presidente líbio, Muamar Kadafi, onde as tropas combatiam em desvantagem por ter de proteger-se da investida dos oposicionistas e da aviação militar ocidental, que mantém seu assedio, conforme relatos da televisão líbia.

Um porta-voz exibiu imagens de bombardeios feitos por caças-bombardeiros Tornado, da Otan, sobre o povoado de Sabha, no sul do país, afirmando que o ataque pretendia destruir arsenais e outras instalações que supostamente armazenam armas e munições usadas para enfrentar os sublevados em Misrata.

Por sua vez, a agência pública de notícias JANA, afirmou que as incursões aéreas em Sabha arrasaram muitas casas, assim como o aeroporto e outras infraestruturas urbanas.

Os enfrentamentos em Sirte, situada a leste de Trípoli, são os mais ferozes registrados nas últimas horas desde que os sublevados começaram um acelerado avanço rumo ao oeste, com o apoio da artilharia aérea e marítima da coalizão ocidental.

"Sirte não será fácil de tomar. Agora, por causa dos bombardeios da Otan sobre as armas mais pesadas (do governo), estamos quase combatendo com o mesmo arsenal", comentou à mídia estrangeira o general Hamdi Hassi, comandante oposicionista na cidade de Bin Jawad.

Desde que ocuparam Benghazi, a segunda cidade do país e hoje capital da sublevação, as forças irregulares tomaram Ajdabiya, Brega, Ras Lanuf, principal porto petrolífero, e hoje combatiam em An Nawfaliya, a uns 180 quilômetros a leste de Sirte.

O porta-voz da presidência, Moussa Ibrahim, qualificou as ações internacionais de clara ingerência e definiu o conflito como guerra civil, sendo assim uma atuação à margem da estipulada pela resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU.

"É ilegal e imoral", sublinhou Ibrahim, ao lembrar que o texto da ONU só autoriza a imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia, enquanto assegurou por outro lado que Misrata havia sido libertada do controle dos amotinados.

A televisão líbia reportou à noite que os países da Otan, aos quais chamou de "agressores colonialistas", bombardearam zonas civis e militares de Trípoli, e esta manhã foram ouvidas cinco explosões seguidas de artilharia antiaérea disparada pelas forças regulares líbias.

Uma estrada que liga o aeroporto internacional de Trípoli e um dos bairros da capital foram os alvos principais da coalizão na nona noite consecutiva da agressão bélica.

Fonte: Prensa Latina