Declarações de Bolsonaro são repudiadas por entidades e deputados
Uma comissão suprapartidária protocolou no dia 29 uma representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por quebra de decoro parlamentar por comentário racista e homofóbico feito ao programa CQC, da Bandeirantes. A OAB-RJ anunciou que seguirá o mesmo caminho.
Publicado 30/03/2011 19:36 | Editado 04/03/2020 17:04
A representação, assinada por 20 deputados, pede que Bolsonaro seja destituído da Comissão de Direitos Humanos e Minorias pelo seu partido, o PP. O documento também foi encaminhado ao Ministério Público e à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), uma das signatárias do documento, disse que as declarações do parlamentar se constituem num grave desrespeito à constituição brasileira, que estabelece o direito à igualdade. “Na condição de parlamentar, ele tem a obrigação de servir de exemplo à sociedade. Inaceitável, portanto, que ele apareça na tevê estimulando publicamente uma prática vergonhosa de discriminação. O mundo não tolera mais conviver com esse tipo de violação”, criticou.
O presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, também criticou veementemente as declarações de Bolsonaro e anunciou que vai solicitar à Câmara abertura de processo por quebra de decoro parlamentar.
"As declarações do deputado Jair Bolsonaro são inaceitavelmente ofensivas, pois têm um cunho racista e homofóbico, incompatível com as melhores tradições parlamentares brasileiras. Por isso, vou oficiar o corregedor da Câmara dos Deputados para abertura imediata de processo por quebra de decoro parlamentar contra o referido deputado. O Congresso não merece ter em suas fileiras parlamentares que manifestam ódio a negros e gays".
No dia 28, o deputado disse à emissora que seus filhos não correm o risco de namorar uma mulher negra ou virarem gays, porque "foram muito bem educados".