Jamil Murad é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos

Na semana em que o Brasil rememora os duros anos do golpe de 1º de abril de 1964, um fato sintomático marcou a sessão. Pelas regras da Casa, o vereador mais velho deve presidir a reunião que escolhe o presidente e o vice. Neste caso, os trabalhos seriam conduzidos pelo vereador Agnaldo Timóteo (PR). No entanto o parlamentar, defensor do golpe, se negou a presidir a sessão. Diante disso, a reunião foi presidida pelo próprio Jamil Murad. Na ocasião, também foi escolhido o vice-presidente, o vereador Ítalo Cardoso (PT).

“Há 47 anos, se instalava no Brasil uma ditadura que fechou o Congresso, sindicatos, a UNE, uma ditadura feroz que perseguiu e matou oponentes”, lembrou Jamil. “Fico muito feliz por ter sido eleito e ainda mais por isso ter acontecido numa semana em que recordamos os horrores da ditadura”.

Para ele, no entanto, a questão dos direitos humanos vai além da perseguição política. “Vamos trabalhar por todos aqueles que, de alguma forma, tenham sido vilipendiados em seus direitos fundamentais. Essa é uma luta contra o preconceito, a discriminação de todo tipo, contra a violência, a desesperança, pela democracia e pela justiça”, afirmou.

Segundo o vereador, a defesa dos direitos humanos “é essencial para uma sociedade que sonha atingir um novo patamar, de uma nação sem preconceitos, plena em igualdade e justiça”.

De São Paulo, Priscila Lobregate