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Preta Gil diz que declação de Bolsonaro é retrocesso político

Ainda chocada com declarações racistas do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), a cantora Preta Gil declarou ao Terra, na última terça-feira (29), durante um evento em São Paulo, que decidiu processar o deputado porque "não leva desaforo para casa". O deputado respondeu a uma pergunta da cantora durante o programa CQC, da emissora de TV Bandeirantes, afirmando que seus filhos não correm o “risco” de namorar uma mulher negra.

"Eu fiquei pensando (se processaria Bolsonaro), mas não sou mulher de levar desaforo para casa. E, além disso, essa não é uma causa só minha, é uma causa comum. Este é um momento de evolução e não retrocesso, e ele vai contra todas as evoluções dentro do cenário político", afirmou a cantora, referindo-se às lutas contra a homofobia e o racismo.

A filha do ex-ministro da Cultura Gilberto Gil disse que ficou sabendo das declarações por meio do Twitter, ainda na noite de segunda-feira (28). "Eu não estava assistindo ao programa, estava fazendo algumas coisas de casa e entrei no Twitter para dar boa noite aos fãs. Daí, veio aquela avalanche de recados sobre isso. Dez minutos depois, já tinha um vídeo do Youtube, e eu vi que as declarações racistas só pioravam. Quando fiz a pergunta, esperava uma resposta coerente, mas já sabendo do histórico racista dele. Foi muito agressivo", disse.

Em rede nacional

Na segunda (28) o CQC exibiu um quadro em que o parlamentar respondia uma série de perguntas sobre os mais variados assuntos. Ao ser indagado pela cantora Preta Gil sobre o que faria se seus filhos se relacionassem com mulheres negras, Bolsonaro respondeu: “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”, rosnou.

Deputados protocolam representação

Na noite desta terça (29), deputados protocolaram uma representação para que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) seja investigado pela Corregedoria da Câmara por quebra de decoro parlamentar. Eles acusam Bolsonaro de ter feito comentários racistas.

A representação, assinada por 20 deputados, pede ainda que Bolsonaro seja destituído da Comissão de Direitos Humanos pelo seu partido. “Não cabe uma pessoa que não defenda esses direitos atuar em uma comissão voltada para esse fim”, disse a presidente da Comissão, deputada Manuela d’Ávila (PCdoB-RS).

Da redação, com Terra