PCdoB/PE faz festa democrática para lembrar os 89 anos

As galerias e o plenário da Câmara Municipal do Recife ficaram lotados de amigos, simpatizantes, militantes e filiados do PCdoB na tarde desta quinta-feira (31), durante a sessão solene comemorativa aos 89 anos do partido. A festa comunista deu início aos preparativos para as comemorações dos 90 anos de criação da legenda, a mais antiga em funcionamento no País.

Dirigentes da legenda, como o secretário nacional de Organização, Walter Sorrentino, o presidente estadual Alanir Cardoso, o deputado estadual Luciano Siqueira, deputada federal e vice-presidente nacional Luciana Santos, o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros e o secretário estadual de Organização, José Bertotti, também participaram da comemoração.

O evento foi prestigiado ainda por parlamentares de diversos partidos, entre eles os vereadores Jurandir Liberal (PT), presidente da Casa, Liberato Costa Júnior (PMDB), Múcio Magalhães (PT), Marcos Menezes (DEM), Jadeval de Lima (PTN). O senador Armando Monteiro Neto (PTB), o vice-prefeito do Recife, Milton Coelho (PSB), os deputados estaduais Waldemar Borges (PSB) e Ricardo Costa (PMDB) e o secretário de Comunicação da Prefeitura do Recife, Eric Carrazone, enviaram mensagens de congratulações.

O deputado federal João Paulo (PT), sindicalistas e representantes de entidades dos movimentos sociais, como UBM, Unegro, UJS, UEP, movimento LGBT e UMES também participaram da homenagem.

HOMENAGENS

Autor da proposição da homenagem, o vereador Almir Fernando, filiado há seis anos ao PCdoB, destacou em seu discurso o fato de o partido ser conhecido como símbolo da luta pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores.

“Em defesa da democracia, o PCdoB organizou a Guerrilha do Araguaia, levantou a bandeira da anistia e fez estampar na Constituição de 1945 o artigo que garantia a liberdade religiosa. Foi o primeiro partido a defender a reforma agrária e tem sido um defensor do Brasil socialista e verdadeiramente democrático e soberano”.

Almir também lembrou as dificuldades que a legenda enfrentou em passado recente. “Buscando defender a unidade do povo e das forças progressistas, o Partido Comunista do Brasil viveu mais de 60 anos na clandestinidade, perseguido duramente pelas forças conservadoras e pelas ditaduras do Estado Novo e a Militar de 1964”.

O deputado estadual Luciano Siqueira lembrou os companheiros e companheiras que ajudaram a construir a legenda desde a sua fundação em 1922. Presidente do PCdoB no Recife e membro do Comitê Central do partido, ele também destacou algumas razões de o PCdoB ter chegado tão longe, apesar das crises.

“Aprendi ao longo da vida que o nosso partido tem sido não só uma trincheira permanente de luta pelo socialismo, mas uma grande escola de solidariedade humana, de consciência socialista, de consciência cidadã e de patriotismo. A persistência desta corrente de pensamento em um país onde a existência dos partidos é tão efêmera, não é um fato comum e certamente tem razões. E uma delas é estar sempre ao lado das massas trabalhadoras e do nosso povo”, afirmou.

O deputado federal João Paulo também ocupou a tribuna da Casa para saudar o partido. “Sinto-me muito à vontade ao lado desses companheiros com os quais tenho me encontrado ao longo de 40 anos de vida política, na luta pela real democracia do País, uma democracia participativa, onde o povo assume o controle e pode direcionar as políticas públicas”.
João Paulo lembrou a força da militância incansável e combativa do PCdoB “por um mundo pautado pelo respeito, fraternidade, lealdade, mas, acima de tudo, pela elevação do ser – e as ideias socialistas resgatam esta essência do ser”. E completou. “É por este mundo que nós lutamos e, se necessário, iremos ao limite de um ser, que é dar sua vida por um projeto político. Por isso me congratulo com estes 89 anos e desejamos muitos outros anos de vida, para que a gente possa alcançar o verdadeiro estágio da sociedade socialista, que é o comunismo para todos”.

O PCdoB E A HISTÓRIA



Em seu discurso, o secretário nacional de Organização, Walter Sorrentino, ressaltou a inter-relação entre a história do partido e a história do País. “Os 89 anos de existência do partido se confundem com a história política moderna do Brasil”, disse.

“Desde as jornadas operárias de 1922, das lutas pela reforma agrária, as lutas democráticas até o presente, em que propugna uma nação soberana, democrática e de progresso social, os comunistas se inseriram a fundo no cenário social e político do país, integrou todas as lutas que definem o Brasil, levantando a bandeira do socialismo, dos trabalhadores, do povo, da defesa da pátria na luta anti-imperialista. São, por assim dizer, parte da paisagem política brasileira”.

Sorrentino afirmou ainda que o PCdoB é fruto da segunda modernidade brasileira. “A primeira, aberta com as grandes sagas da luta pela independência, abolição e república, ocupou todo o século 19. Nela se forjou a nação e o povo brasileiro, povo novo e uno, integrado e mestiçado, numa das maiores nações do mundo, com território e língua única. A segunda modernidade foi tardia no País premido pelos interesses das grandes potências imperialistas. Foi plasmada na célebre década de 20, com inúmeros levantes revolucionários de vastas forças, que culminaram com a revolução política de 1930”.

Para o dirigente comunista, a modernidade brasileira ficou incompleta, inconclusa, pela condição de nação dependente. “É preciso completá-la até suas últimas consequências. Ela será feita de prosperidade, solidariedade e liberdade para o povo brasileiro, sinalizará integração, paz e respeito entre os povos e nações. O Brasil pode ser o paradigma de um novo mundo. O PCdoB luta, para isso, pelo Programa Socialista. O Brasil precisa, segundo cremos, de um rumo e um caminho: um novo projeto nacional tendo por norte o socialismo renovado”.

Leia a íntegra do pronunciamento de Walter Sorrentino no link abaixo:

http://www.waltersorrentino.com.br

Fonte: Site de Luciano Siqueira