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Mantega diz que economia mantém dinamismo e cresce 4,5% neste ano

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que a economia brasileira manterá seu dinamismo, apesar das medidas lançadas pelo governo para reduzir os gastos públicos, conter o consumo e a entrada de divisas no país.

Durante apresentação em seminário organizado na capital paulista, Mantega reiterou que a economia brasileira deverá crescer 4,5% neste ano e projetou um avanço de 5,9% da demanda interna.

Investimentos

Além disso, traçou uma previsão de crescimento entre 10% e 12% do investimento no país na esteira das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e dos aportes em capacidade produtiva pelas empresas.

Mantega garantiu que o crescimento do Brasil é sustentável no longo prazo, em razão de o país ter um grande mercado interno, mostrar crescimento dos investimentos em capital produtivo e não apresentar desequilíbrios macroeconômicos. O ministro também assegurou que o governo conseguirá cumprir a meta de 3% do superávit primário neste ano.

Superávit fiscal

“Não acreditem naqueles que dizem que não alcançaremos o resultado fiscal”, afirmou. Mantega ainda antecipou que o resultado fiscal de março será melhor que os 2,2% – no acumulado de 12 meses – registrados em fevereiro.

A realização do superávit fiscal é vista com olhos críticos pelos movimentos sociais, pois a economia para pagar juros é feita à custa de verbas que deveriam ser destinadas à saúde, educação e outras obras demandadas pelas entidades que representam os interesses populares.

Câmbio

Mantega também respondeu aos analistas que defendem a flutuação livre da taxa de câmbio, alegando que isso acarretaria forte conturbação para a economia nacional, prejudicando o setor exportador. Sobre isso, comentou que é melhor que a valorização do real se dê gradualmente, e não de forma brusca.

Ele reiterou que o governo seguirá tomando medidas para evitar grandes sobressaltos no câmbio. Por outro lado, apontou que o excesso de capital é um problema melhor de se enfrentar do que a situação de escassez de divisas vista no passado.

Em um discurso de 43 minutos, o ministro da Fazenda afirmou que o Brasil deixou de ser um país de baixo dinamismo e passou a integrar o grupo de nações emergentes dinâmicas que tem capitaneado a recuperação global. Esse quadro deve se perpetuar na próxima década, afirmou.

O ministro da Fazenda citou a alta das commodities, os conflitos envolvendo ditaduras no Oriente Médio, os desdobramentos do terremoto no Japão e a crise fiscal europeia como fatores de risco de choque à economia.

“Há uma inflação mundial de commodities”, comentou Mantega, acrescentando que a alta dos preços é um fenômeno global. Ele ainda lembrou que alguns países da Europa mostram um cenário de baixo crescimento combinado com inflação, o que indica um quadro de estagflação – a combinação de estagnação econômica com a alta de preços.

Conforme Mantega, o Brasil está preparado para novos choques externos, mesmo que haja um agravamento da crise do petróleo. De acordo com ele, o mundo começará a enfrentar problemas se a commodity ultrapassar a faixa de US$ 130 o barril. Mesmo assim, disse Mantega, o governo não titubeará em tomar as medidas necessárias para manter a inflação sob controle.

Com agências