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Desastre faz oposição pressionar premiê do Japão a renunciar

Alvo de críticas da oposição e de organismos internacionais pela demora e no tratamento da crise no Japão após o tremor seguido de tsunami do dia 11 de março, além de responsabilizado por ocultar detalhes do desastre nuclear na usina de Fukushima, o premiê japonês Naoto Kan é fortemente pressionado para renunciar ao cargo pela oposição.

Kan, cuja impopularidade beira os 70%, não fez esforços suficientes para estabelecer um plano de ajuda para o país, após seu pior desastre natural, e aprovar leis para financiar o maior projeto de reconstrução desde a 2ª Guerra Mundial, segundo afirmam os opositores.

O Partido Democrata, de Kan, controle a câmara baixa do parlamento, mas precisa da oposição para aprovar leis porque não detém a maioria na câmara alta, o que pode bloquear os projetos.

Nesta quinta-feira (14) o chefe do maior partido de oposição, o Partido Liberal Democrática aumentou a pressão sobre Kan.

"Chegou a hora dele decidir se fica ou sai", disse Sadakazu Tanigaki em entrevista coletiva, segundo a agência estatal de notícias Kyodo.

O comentário de Tanigaki reflete a visão do partido conservador de que Kan deve se retirar como pré-condição para qualquer coalizão, assim como uma esperança de que as críticas a Kan dentro de seu próprio Partido Democrata (PD) aumentem depois que Ichiro Ozawa, um dos líderes da legenda governista, repreendeu o premiê pela sua fraca condução da crise.

Takeo Nishioka, presidente da câmara alta e crítico notório de Kan entre os democratas, também exortou o líder de governo a renunciar, disse a agência estatal Kyodo.

Ainda no dia 29 de março, mais uma vez o governo japonês admitiu que a situação é "muito grave" e "imprevisível" na usina de Fukushima, e o premiê Naoto Kan recebeu duras críticas pelo que a oposição chama de "gestão irresponsável da crise".

No Parlamento, o premiê japonês foi duramente criticado por não ter aumentado a zona de exclusão, que determina um raio de apenas 20 km em torno da usina em que as pessoas deveriam ser retiradas. O governo também nunca determinou a saída dos habitantes, apenas pediu que deixassem a área de forma voluntária.

"Há algo mais irresponsável do que isso?", disse o opositor Yosuke Isozaki. Em resposta, Kan disse que estava considerando a medida, que exigiria a saída de 130 mil pessoas, além das 70 mil já deslocadas.

Com agências