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PCdoB quer intervir na disputa por melhoria no ensino superior

Com o início do Governo Dilma Rousseff estão em disputa as melhorais do ensino público no Brasil. A avaliação é feita pelos militantes do PCdoB que participaram, nesta quinta-feira (14), em Brasília, da 3ª Reunião Plenária da Fração dos Professores das Universidades Federais do Brasil.

PCdoB quer intervir na disputa por melhoria no ensino superior

Os comunistas querem intervir na avaliação e aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), na manutenção da expansão do ensino superior e criação de políticas mais consistentes para intervenção da universidade na realidade brasileira.

Fernando Amorim, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), militante do PCdoB e diretor do Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proife), diz que a intenção do Partido e tarefa da coordenação é promover o debate das questões ligadas ao ensino superior e coordenar as ações políticas.

“A nossa tarefa é intervir em uma conjuntura que nunca foi tão favorável, mas que precisa de propostas e ações políticas em um segmento onde temos força e a tradição é muito grande”, diz, acrescentando que “tudo passa pela universidade, na medida em que a universidade perceba que tem que atuar na formulação e implantação das politicas públicas – de desenvolvimento regional, de formação de professores, de criação de créditos etc.”

Com essas palavras de estímulo, ele se volta para as críticas ao momento atual: “o Governo da Dilma começou diferente do que se esperava. Toda eleição ocorre isso, os governos exorcizam as nossas ideias mais otimistas. Começou com corte (no orçamento), faz concessões ao capital, mas o processo de expansão continua”.

Conjuntura favorável

Nesse ponto, ele destaca o que considera como “conjuntura favorável”. “Para esse ano teremos o maior orçamento da história da universidade pública brasileira – próximo ao investimento de universidades do mundo inteiro -, de R$ 2,4 bilhões”, afirma, destacando que são R$500 milhões só para custeio. Até hoje o valor mais alto alcançado para custeio das universidades era de R$190 milhões.

Segundo ele, “temos que aproveitar essa situação para continuar avançando, principalmente no ensino médio. “E explica porque: no último ano o crescimento de número de alunos ocorreu em função da transferência de alunos do setor privado para público. Por isso, a necessidade de investimento do ensino médio.

Para ele, isso deve ocorrer com a participação direta das universidades, na formação de dois milhões de professores em curto espaço de tempo e com a melhoria do salário desses professore. “Senão nós não vamos resgatar essa dívida”, vaticina.

Elogios à universidade

Para Amorim, o processo de expansão do ensino superior, iniciado no Governo Lula, superou as suas mais otimistas expectativas. E se derrama em elogios à atuação da universidade brasileira que, apesar do período histórico curto de recuperação, hoje se destaca pela capacidade e qualidade de produção.

Hoje, só se tem pesquisa em larga escala no Brasil por causa das universidades, os salários estão no mais alto valor da história da instituição e há estímulo à produção do conhecimento em todas as áreas.

“A universidade começa a se pensar como instrumento de política pública. Foi esse governo que colocou esse assunto na pauta. Antigamente a universidade ficava de fora só criticando”, avalia Amorim.

Na reunião desta quinta-feira, os comunistas também discutiram a conjugação do trabalho político com o movimento sindical. “A ideia de criar a Fração é coordenar esse trabalho no âmbito da instituição conjugado com o movimento sindical, e unir a Fasubra (entidades dos servidores das universidades), onde o Partido tem participação forte”, explica, destacando ainda a integração com o trabalho da União Nacional dos Estudantes (UNE), que é dirigida pelos comunistas.

“As questões centrais são ligadas a consolidação do Proifes, a ideia de criação de uma federação nacional dos sindicatos dos professores das instituições federal e uní-la com as instituições federais de ensino superior (IFES).” O Proifes foi criado em 2004, resultado de uma insatisfação nacional com atuação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).

De Brasília
Márcia Xavier