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Otan se divide sobre estratégia militar na Líbia

O Pacto Militar do Atlântico Norte reuniu-se nesta quinta-feira (14) em Berlim sob a pressão dupla de Paris e Londres — que reclamam por mais dureza contra a Líbia — e de membros de dentro e fora do Pacto, que pedem uma saída política para o conflito.

Os governos francês e britânico, que assumiram o grosso dos bombardeios contra objetivos das forças armadas líbias desde que os Estados Unidos se eximiram da chefia das ações no plano militar no princípio de abril, procuravam convencer o resto dos aliados a intensificar a agressão e seus esforços militares.

A Espanha, entretanto, que desde o início limita sua participação na missão da Otan, rechaçou logo no início da reunião participar de forma mais comprometida.

"Isso é o que a Espanha pode realizar e o compromisso que a Espanha mantém, com algumas capacidades determinadas e com uma intervenção determinada" declarou a ministra espanhola de Relações Externas, Trinidad Jiménez, em sua chegada à reunião com seus colegas do pacto.

"A todos nos preocupa que possa haver uma situação de impasse, mas o que temos de intensificar é a pressão da comunidade internacional e dos países da região para 'isolar' Kadafi", enfatizou Jiménez.

Os sinais de estagnação do conflito se multiplicam: o governo líbio resiste e seus opositores alegam que estão sem meios suficientes para derrubá-lo, e exigem assim um maior envolvimento da Otan.

Para Paris e Londres, que efetuam a metade dos ataques contra o solo líbio desde a retirada de 50 caça-bombardeiros estadunidenses, é hora de intensificar a agressão.

Porém, para os bombardeios contam apenas com o apoio de quatro países da Otan: Bélgica, Canadá, Dinamarca e Noruega.

A Espanha, que colocou em ação quatro caça-bombardeiros F-18, assim como a Itália e a Holanda, além da Suécia — que não é país membro do Pacto Militar — se ocupam por enquanto de trabalhos "não ofensivos".

Menos da metade dos 28 países membros da Otan participam de alguma forma militarmente da agressão contra a Líbia. Fontes diplomáticas estimaram que ainda é preciso somar uma dezena de aviões aos cerca de 60 que bombardeiam a Líbia.

O presidente russo, Dimitri Medvedev, criticou a missão da ONU. Após a conferência do Brics – com representantes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – na cidade chinesa de Sanya, ele destacou que a resolução da ONU sobre a Líbia não prevê uma intervenção militar.

Com informações de Cubadebate