Sem categoria

Qatar admite que fornece armas aos rebeldes na Líbia

Um dos países que mais apoiam politicamente os rebeldes líbios, o Qatar admitiu na última quinta estar fornecendo armas aos insurgentes para ajudar a derrubar o regime de Muammar Kadafi. É a primeira confirmação oficial de ajuda externa a rebeldes.

A entrega de material a combatentes antirregime mostra que o apoio aéreo da cada vez mais dividida coalizão internacional não é suficiente para permitir avanços militares significativos deles. E traz à tona a pergunta sobre qual o limite do envolvimento internacional nos esforços contra o governo de Kadafi

Segundo fontes de Doha citadas pelo jornal "Guardian", o Qatar entregou, provavelmente por navio, mísseis antitanque Milan, de fabricação francesa, às autoridades de Benghazi, "capital rebelde", situada a leste.

O presidente americano, Barack Obama, confirmou a informação em declarações à imprensa feitas ao lado do emir do Qatar, xeque Hamad bin Khalifa al Thani, recebido ontem na Casa Branca.

"O Qatar não somente vem apoiando diplomaticamente [os rebeldes líbios] como também militarmente. E nós somos muito gratos ao trabalho excepcional que os cataris vêm fazendo com outros membros da comunidade internacional", disse Obama, deixando clara a sua aprovação.

O Qatar foi um dos primeiros a reconhecer oficialmente o governo autoproclamado de Benghazi e está ajudando os rebeldes a exportar petróleo. O pequeno e rico país, contudo, tem uma posição dúbia acerca das revoltas nos países árabes ao apoiar, de um lado, insurreições na Líbia, Tunísia e Egito e, do outro, ao enviar tropas para ajudar Bahrein a reprimir protestos.

A maioria dos países da Otan reluta em entregar armas a rebeldes tão díspares e confusos. Teme-se repetir o cenário afegão, no qual combatentes armados e financiados para repelir os russos acabaram contribuindo para a criação da Al Qaeda.

Só metade dos 28 membros da Otan se envolveu na Líbia.O secretário-geral , Anders Fogh Rasmussen, cobrou ontem dos chanceleres da aliança mais recursos para as operações pró-rebeldes.

Com Folha de S.Paulo