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MST intensifica ações do Abril Vermelho em SP e PE

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) intensificou, neste fim de semana, as ações do Abril Vermelho – período marcado por mobilizações em todo o país, em memória dos 19 trabalhadores assassinados em Eldorado dos Carajás, no Pará, em 17 de abril de 1996. O grupo ocupou oito fazendas no interior de São Paulo e outras oito em Pernambuco.

Mais de seis mil pessoas estão acampadas em Sâo Paulo, nas proríredades localizadas em Teodoro Sampaio, Lucélia, Araçatuba, Agudos, Itapetininga, Brejo Alegre e Euclides da Cunha. "Nossa meta é ultrapassar 50 fazendas", disse o líder dissidente do MST, José Rainha Júnior.
Já em Pernambuco, a entidade divulgou que a mobilização envolveu cerca de 1.800 famílias. Ao todo, nove fazendas e engenhos foram ocupados na última semana.

O maior acampamento está localizado em Petrolina, no sertão do São Francisco, onde cerca de 900 famílias ocupam a Fazenda Califórnia do Nordeste. O município, a 769 quilômetros de Recife, é conhecido como a Califórnia brasileira, por conta dos campos irrigados para fruticultura de exportação, inclusive uvas.

Esta é a segunda vez que a fazenda é ocupada pelo movimento. Em 2003, os Sem-Terra já haviam acampado na área. O proprietário recebeu uma proposta pela desapropriação, mas não aceitou. Sem retorno do Incra, o MST volta ao local, como uma forma de forçar o governo a acelerar o processo com a reforma agrária, já que na região, há mais de 10 anos, nenhum assentamento foi consolidado.

“Essa ocupação tem a característica de garantir essa desapropriação da terra para os trabalhadores e que o Incra possa, de certa forma, desapropriar essas terras aqui na região de Petrolina”, explica Florisvaldo Araújo, da liderança do MST/Petrolina.

De acordo com o MST, 15 mil famílias estão acampadas, em Pernambuco, à espera da reforma agrária.

Com agências