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No Iêmen, oposição desafia repressão e pede renúncia de Saleh

Representantes da oposição no Yêmen prometeram nesta segunda-feira (18) continuar a pressão para a renúncia do presidente Alí Abdulah Saleh, em vez de aceitar o conteúdo do plano de Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (CCG).

O dirigente do partido Unionista Nasserista, Sultán Al-Atwani, afirmou que opositores querem que Saleh abdique do poder com uma renúncia imediata e não apenas uma “transferência progressiva de poderes”, como sugere a controversa iniciativa do CCG.

No último domingo, na capital da Arábia Saudita, Riad, o grupo – do qual fazem parte seis nações árabes do Golfo –, tentou persuadir os adversários de Saleh para que acatassem a ideia que prevê a transferência de poderes do chefe de Estado a seu vice-presidente, Abdrabuh Mansur Hadi.

Segundo Al-Atwani, os grupos de pressão favorecem a iniciativa do Golfo, mas recusam o parágrafo do comunicado final de 10 de abril, quando os chanceleres do bloco formalizaram sua proposta em Riad, que defende a transferência de poderes presidenciais.

O presidente Saleh considerou a iniciativa de seus vizinhos uma ingerência nos assuntos internos do país, mas logo a elogiou para solucionar a crise iniciada em 7 de janeiro, que até hoje já custou a vida de 300 pessoas.

Os estados do CCG (Bahrein, Omán, Emirados Árabes, Qatar, Kuwait e Arábia Saudita) também solicitaram que os yemenitas formassem um governo de unidade nacional, encabeçado pela oposição, que seria responsável por elaborar uma nova Constituição e convocar as eleições.

Depois das conversas de ontem em Riad, o chefe da coalizão opositora Partidos da Reunião Conjunta, Yassin Saeed Numan, se mostrou satisfeito pela reunião “frutífera” com os árabes do Golfo e aceitou novos encontros para forçar a saída de Saleh.

De fato, estão previstas conversas com representantes do Governo em Sanaa, ainda que sem data definida, em meio a crescentes manifestações na capital, Taiz, Adén e outras cidades para reforçar as ruas das gestões empreendidas durante o diálogo.

Jornalistas independentes asseguraram que polícias e agentes vestidos de civis abriram fogo no domingo contra opositores e mataram ao menos uma pessoa, além de causar feridas a centenas na zona de Dhamar, com pedradas e gás lacrimogêneo.

Amplos setores sociais insistem que Saleh renuncie imediatamente como única via para acabar com as revoltas populares no país, o mais pobre do mundo árabe e também afetado pelo terrorismo.

Fonte: Prensa Latina