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José Dirceu: É feia, mesmo, a crise na oposição

Na debandada tucana inaugurada semana passada pelo ex-ministro da Fazenda, Bresser Pereira, e engrossada por vereadores paulistanos do partido nesta 2ª feira, mais um vereador saltou do barco. Agora já são seis os vereadores da Capital paulista – metade da bancada de 13 eleita em 2008 – que abandonaram o PSDB.

por José Dirceu, em seu blog

A crise – e rachas – no partido só se acentua o que, segundo o noticiário, levou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a intensificar seus telefonemas de apaziguamento nos últimos dias. O presidente nacional tucano, deputado Sérgio Guerra (PE), a realizar ontem uma reunião de emergência com o líder do DEM, deputado ACM Neto (BA) para tratar da fusão dos dois partidos.

Mas, a oposição não se entende, também, quanto a esta fusão. O obstáculo inicial é seu novo líder nacional, senador Aécio Neves (PSDB-MG): ele acha que essa união só deve ser feita depois das eleições municipais de 2012. Já o deputado Guerra – ainda de acordo com as notícias – acredita que o DEM sozinho não sobrevive mais dois meses.

Enquanto isto, o novo presidente nacional demo, senador José Agripino Maia (DEM-RN), não para de apagar incêndio Estado por Estado, pedindo ao pessoal para não sair do partido.

Já os Bornhausen, ex-senador Jorge Bornhausen (DEM-SC) e o deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), fazem o contrário: estariam pressionando os demos para irem para o PSD fundado pelo prefeito paulistano Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB). 

Fusão, saída para os demos sobreviverem

Cisões, cizânias, o que tudo isto demonstra na oposição (vejam post acima) é a total falta de núcleo dirigente e de líderes no DEM e a dispersão e a divisão acirradas no tucanato.

O presidenciável derrotado ao Planalto no ano passado, José Serra, o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) estão em guerra, já em aberta disputa pró-candidatura presidencial em 2014.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso faz o que pode. E o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), não tem autoridade e nem liderança. Aliás, não tem nem voto. Desistiu de disputar a reeleição de senador no ano passado porque sabia que não se reelegeria em Pernambuco.

Assim, DEM e PSDB caminham para a fusão como última saída. É realmente o único fato, a única alternativa política para impedir a continua sangria e mesmo o desaparecimento, no caso do DEM.

Já no caso do PPS, o outro braço tradicional aliado da oposição, nem se fala. Simplesmente já não existe como tal. Não passa de um satélite dos tucanos.

Aliás, a propósito de política e eleições em 2012, eu solicito a vocês que leiam a íntegra da entrevista do presidente regional do PT/SP, deputado estadual Edinho Silva, sobre escolha de candidatos a prefeito e vices. Ele também me pede esta publicação porque matérias distorcidas veiculadas na mídia não refletem o real conteúdo desta sua entrevista.