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Centrais fazem sardinhada na Paulista contra aumento dos juros 

Dirigentes de cinco centrais sindicais protestaram nesta quarta-feira (20), em frente à sede do Banco Central (BC), em São Paulo, contra o possível aumento da taxa básica de juros (Selic), que será anunciado hoje (20) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. O protesto foi acompanhado por cerca de 200 pessoas, segundo a Polícia Militar.

- Láldert Castello Branco

“Essa pequena reunião que estamos fazendo na frente do Banco Central é simbólica. Não é uma grande manifestação, mas é a primeira simbolicamente importante porque é a terceira vez que o Copom se reúne e, com certeza, vai aumentar os juros pela terceira vez. Aumentar juros significa menos emprego, menos produção e menos crescimento e desenvolvimento do país”, disse Paulo Pereira da Silva, deputado federal (PDT-SP)e presidente da Força Sindical.

Para o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, o ideal para a Selic seria que a taxa fosse em torno de 8,5%, considerando a inflação mais 2% de juro real. Hoje ela está em 11,75%.

Durante a manifestação, foram distribuídas cerca de 50 quilos de sardinha, preparadas pelo sindicalista Ronaldo Garcia de Souza. “Foi distribuída para todo mundo. Até quem não tinha nada a ver participou”. Segundo ele, a sardinha foi preparada com sal grosso e assada numa churrasqueira, instalada na frente do Banco Central, na Avenida Paulista.

“A simbologia é a seguinte: em vez de dar dinheiro para banqueiro, que é tubarão, vamos dar dinheiro para o povo, na saúde, na educação e na geração de emprego”, afirmou o presidente da CGTB.

Comendo sardinha

Em suas intervenções os sindicalistas destacaram os prejuízos dos juros altos causam ao bolso da classe trabalhadora. “O povo brasileiro ainda está comendo sardinha para sobreviver, enquanto os grandes tubarões estão por aí, enriquecendo”, destacou Pascoal Carneiro, secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) .

Além da Força Sindical, da CTB e da CGTB, participaram da manifestação a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).

Foto: Láldert Castello Branco
As cinco centrais que árticiparam do ato pautaram a redução dos juros como política necessária ao desenvolvimento do país.

O Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central iniciou na terça-feira (19) mais uma reunião para decidir a nova taxa de juros do país, atualmente em 11,75% ao ano. É a terceira reunião realizada durante o governo Dilma.

No manifesto, as centrais pedem a redução da Selic, a ampliação dos investimentos sociais e o financiamento público para as pequenas e médias empresas e ainda criticam o controle da inflação com o aumento dos juros.

Foto: Láldert Castello Branco
Nivaldo Santana valorizou a unidade do movimento.

Mobilização unitária

O ato em frente ao BC foi mais uma das diversas mobilizações providas unitariamente pelas centrais e deve fazer parte de um calendário de luta, segundo Nivaldo Santana, vice- presidente da CTB. “Os números nos mostram que estamos no caminho correto. Além de defendermos o desenvolvimento com valorização do trabalho, que é a carta-programa do sindicalismo brasileiro, apostamos na unidade em todas as mobilizações, que tem como reivindicação central a luta que não é só dos trabalhadores, mas da imensa maioria da população: a luta pela redução de juros. Para tornarmos os juros do Brasil equivalente ao dos outros países. Juros altos significam economia parada, desemprego, menos investimento, abrir a economia do Brasil para especulação e guerra cambial. O grande perigo que o Brasil enfrenta hoje e que provoca grandes problemas para economia”, destacou Santana.

Da redação, com Agência Brasil e CTB