Audiência apresenta avanços da Agenda Bahia do Trabalho Decente

A inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho e o Plano Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência foram bases das apresentações do encontro realizado, na terça-feira (26/4), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Comércio. A primeira reunião teve por objetivo avaliar os avanços e resultados da Agenda Bahia do Trabalho Decente nos eixos temáticos da promoção da igualdade de gênero e raça, da promoção da igualdade da pessoa com deficiência e do trabalho doméstico.

Participam do Comitê Gestor da Agenda Bahia do Trabalho Decente 27 instituições, sendo 16 secretarias de Estado. Os representantes dessas instituições terão que apresentar n os próximos dias, o balanço das ações desenvolvidas nos outros seis eixos trabalhados pela Agenda: Segurança e Saúde do Trabalhador, Erradicação do Trabalho Escravo, Combate ao Trabalho Infantil, Serviço Público, Juventude e Empregos Verdes.

Considerado oportuno pelos presentes, o evento foi eficiente. “Estamos construindo um novo guia e ouvindo as 28 instituições que formam o comitê gestor do Trabalho Decente na Bahia. Este é o momento de publicizarmos os avanços e os resultados já obtidos desde 2007, quando este conceito da Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi lançado oficialmente no nosso estado”, afirmou Patrícia Lima, coordenadora da Agenda.

Inclusão

O plano estadual dos direitos da pessoa com eficiência propõe soluções efetivas de inclusão e de acessibilidade nos diversos aspectos de realização da vida desses cidadãos. Segundo Alexandre Baroni (SJCDH), os dados do IBGE de 2000 apuraram que 14,5% dos brasileiros possuem algum tipo de deficiência. “No Estado da Bahia este índice ainda é mais elevado, tendo sido estimado que 15,64% da população baiana possui, no mínimo, uma deficiência”. Baroni diz, ainda que, “segundos dados do censo populacional de 2000, das mais de 13 milhões de pessoas apuradas no Estado mais de 2 milhões possuem algum tipo de deficiência”.

O coordenador Alexandre Baroni frisou, também, que o plano estadual ocupa um lugar histórico no contexto das políticas públicas do Estado “ao contribuir para corrigir as desigualdades sociais geradas por discriminações, defendendo o principio da igualdade, favorecendo, assim, o combate à injustiça e à exclusão”. No geral, o Brasil conta com 24,6 milhões de pessoas com deficiência conforme informa o censo 2000 do IBGE.

Marli Costa Pereira (SRTE-Ba) ressaltou ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que 10% da população mundial tem algum tipo de deficiência. A Lei de Cotas (8.213/91) do governo brasileiro considera uma pessoa com deficiência, “aquela com uma limitação física, mental, sensorial ou múltipla, que o incapacite para o exercício de atividades normais da vida e que, em razão desta incapacitação tenha dificuldades de inserção social”.

A lei, no seu artigo 93, obriga que as empresas com 100 ou mais empregados preencham de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadores de deficiência, habilitadas, somando nesses casos os funcionários da matriz e filiais. Entretanto, a classe empresarial brasileira reclama que, em outros países, essas cotas são bem menores. “O que não é uma verdade”, arremata Marli Pereira.

Nas apresentações dos trabalhos, as representantes da Setre, Jessevanda Galvino, Melissa Bahia e Cristiane Venâncio falaram, respectivamente, de qualificação, inserção e economia solidária. Jessevanda disse que de 2007 até 2010 a Setre, através dos programas PlanTeQ e Qualifica Bahia inseriu no mercado de trabalho um total de 2.259 pessoas com PCDs. Melissa destacou o papel do SineBahia de “encurtar os caminhos entre trabalhadores e empresas”, e informou que o sistema estadual de intermediação inseriu 1.041 pessoas no mercado formal no ano passado, enquanto Cristiane apresentou as novas alternativas para inserção dessas pessoas através das cooperativas e empreendimentos solidários.

Fechando o ciclo de apresentações pela manhã, Frederico Fernandes (Setre) falou do Observatório do Trabalho, fruto de um convênio com o Dieese. Na parte da tarde, o eixo Trabalho Doméstico foi alvo de todas as atenções do encontro.

Fonte: Ascom Setre