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Patriota classifica Governo Dilma como pragmático e idealista

Os primeiros 100 dias da política externa da presidente Dilma Rousseff foram marcados pela combinação de uma construção "pragmática" de parcerias para o desenvolvimento com uma busca mais "idealista" por avanços sociais. A avaliação foi apresentada nesta quarta-feira (27) pelo ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota. Ele participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado.

Segundo o ministro, Dilma demonstrou seu estilo ao buscar "resultados concretos" em setores nos quais o Brasil precisa estabelecer parcerias para alcançar o que chamou de "próximo estágio de desenvolvimento". Em encontros com os presidentes dos Estados Unidos e da China, Barack Obama e Hu Jintao, Dilma deu ênfase ao comércio e a investimentos em inovação, ciência e tecnologia, exemplificou Patriota.

A presidente também demonstrou uma preocupação "mais idealista com a qualidade e o tipo de sociedade que queremos construir", disse o ministro. Patriota destacou que houve forte ênfase nos primeiros dias do novo governo brasileiro em temas como o combate à fome e à pobreza, a promoção dos direitos humanos e as questões de gênero.

O governo Dilma demonstrou ainda atenção aos países com economias menos desenvolvidas. “Não queremos um mundo que ignore a situação de economias mais vulneráveis. O mundo multipolar que queremos ver emergir só será possível com atenção ao que chamamos de G-172, formado pelos países da ONU que não participam do G-20”, disse Patriota durante a reunião.

Em seu balanço, Patriota ressaltou o "alcance global" da diplomacia brasileira, com o estabelecimento de relações diplomáticas com todos os países do mundo. Mas lembrou a prioridade da relação com os países sul-americanos, a começar pela Argentina, primeiro país visitado por Dilma como presidente. Ele ressaltou ainda a celebração dos 20 anos do Mercosul e a qualidade do comércio com os países do bloco, para os quais o Brasil exporta produtos de alto valor agregado.

Meio ambiente e desenvolvimento

Na audiência, o ministro das Relações Exteriores previu que a conferência Rio+20, marcada para 2012, será provavelmente a maior conferência internacional dos quatro anos de mandato de Dilma. Ele destacou que o governo brasileiro não quer ver a defesa do meio ambiente como "pretexto para protecionismo ou entraves ao comércio". Se o conceito de economia verde, a ser discutido na conferência, tiver de emergir como tema universal, alertou, cada país terá que se sentir beneficiado.

"Tem que ser economia verde com combate à pobreza e inclusão social. O Brasil está posicionado como poucos para assumir a liderança desse debate, com seu modelo de crescimento com a matriz energética mais limpa do mundo e progressos em relação ao desmatamento e redução da pobreza. Será uma grande oportunidade para o Brasil demonstrar o que tem conseguido realizar e trabalhar para que objetivos ambientais se sobreponham a clivagens Norte-Sul e sejam globalmente compartilhados", previu o ministro.

Fonte: Agência Senado