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Presidência do PT: Humberto Costa prefere continuar no Senado

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT/PE), disse nesta quinta-feira (28) na sede do PT que não é candidato a substituir o companheiro José Eduardo Dutra na presidência do Partido, caso ele apresente realmente um pedido de afastamento devido a problemas de saúde. Costa participa neste momento da reunião da Executiva do PT, enquanto Dutra é aguardado amanhã (29) na reunião do Diretório Nacional, quando deve informar suas reais condições de saúde.

Humberto Costa não listou nomes, mas afirmou que o Partido tem vários outros companheiros que poderiam suceder Dutra, caso ele não siga no cargo. O senador explicou que vem fazendo um trabalho de reestruturação da liderança do PT no Senado, que hoje tem 15 parlamentares, a segunda maior bancada da Casa. Humberto Costa falou também sobre o pedido de reintegração do ex-tesoureiro Delúbio Soares. Por um lado, ele acha que a polêmica sobre o tema pode até prejudicar Delúbio; por outro, acredita que o Partido não pode manter eternamente uma pena a uma pessoa que não sofreu qualquer condenação na Justiça.

Rui Falcão

As declarações de Humberto Costa sobre o futuro da presidência petista coincidem com o tom cauteloso adotado pelas lideranças das diversas tendências partidárias. Mas já foi largamente divulgado pela grande imprensa que o deputado estadual Rui Falcão (SP) ganhou o endosso das correntes majoritárias do PT para se tornar o novo presidente do partido.

Em uma reunião realizada na manhã desta quinta-feira, em Brasília, representantes dos grupos Construindo um Novo Brasil (CNB), PT de Lutas e de Massa e Novos Rumos, que juntas detêm 56% dos votos do diretório nacional petista, decidiram indicar o deputado paulista como o nome de sua preferência para presidir a sigla até 2013, quando se encerraria o mandato do atual presidente José Eduardo Dutra.

Primeiro vice-presidente do partido, Falcão ocupa interinamente a presidência do PT desde que Dutra se licenciou do cargo para tratamento de saúde, no dia 22 de março.

A indicação, entretanto, ainda precisa ser aprovada pelo diretório nacional do partido, que se reúne entre sexta-feira e sábado. Uma vez aprovado o nome, também caberá à instância decidir sobre o preenchimento definitivo da vaga. Isso porque alguns setores do partido defendem que Falcão permaneça no cargo em uma espécie de mandato tampão, até que o diretório nacional escolha um novo nome para a vaga.

O deputado paulista pertence à corrente minoritária Novos Rumos. Pelo critério da proporcionalidade adotado na divisão de cargos no PT, a presidência deveria ficar com a CNB, que é majoritária no partido.

“Rui Falcão não pertence à CNB mas foi um dos artífices da chapa que ganhou as eleições diretas em 2009”, disse o coordenador da CNB, Francisco Rocha. “Se fosse algum tempo atrás, até poderíamos bater o pé para indicar o presidente, mas hoje em dia temos maturidade suficiente para tomar essa decisão”, concluiu.

Segundo fontes petistas, Dilma também ficou satisfeita com ideia de definir rapidamente o sucessor de Dutra. Ela teme que a demora na definição pudesse causar instabilidades ao governo. Das correntes majoritárias, a única que se opôs à indicação de Falcão foi a Mensagem ao Partido, que prefere um processo de escolha menos acelerado.

Com agências