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Em documento sobre conjuntura, PT explora crise da oposição

Numa clara demonstração de que pretende investir contra o PSDB de São Paulo, o PT decidiu explorar a crise da oposição na sua avaliação de conjuntura política. Proposta de resolução apresentada pelo novo presidente do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), cita polêmica provocada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Na resolução, escreve que a oposição ainda sofre sequelas da última eleição e passa por contradições internas. "Os tucanos debatem-se à procura de um rumo para a oposição."

“Ainda sofrendo sequelas do último pleito e envolvidos em contradições internas, os adversários do PT e do governo Dilma fragmentam-se. O esvaziamento do DEM, desidratado pelo lançamento do PSD em formação (partido que se autodefine como ‘nem de centro, nem de direita, nem de esquerda’), acena para eventual fusão com o PSDB. Envoltos numa guerra de cúpula pelo comando do partido e às voltas com a debandada de seis vereadores paulistanos, os tucanos debatem-se à procura de um rumo para a oposição”, diz o texto de quatro páginas redigido pelo novo presidente do PT, Rui Falcão, que anda será submetido à apreciação do diretório nacional.

O alvo principal do PT é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Diante do bom desempenho da economia, os petistas lembram que o tucano chamava de “neobobos” os opositores de sua política econômica . Além disso, o PT cita o artigo em que o ex-presidente disse que a oposição deveria priorizar o debate com a classe média.

“Em artigo que acendeu polêmica em suas próprias hostes, até seu patrono intelectual desistiu de dialogar com o povo”, diz o texto.

A proposta de resolução defende a política econômica do governo Dilma, diz que os riscos de volta da inflação são mais “propagandísticos” do que reais, e sugere que as medidas de controle fiscal não podem prejudicar o crescimento do PIB que, para os petistas, deve ficar entre 4% e 4,5% em 2011.

O texto diz ainda que as tentativas da oposição de criar uma crise entre Lula e Dilma fracassaram, preconiza o engajamento do partido na campanha pela redução da jornada de trabalho e determina a criação de uma comissão específica com o objetivo de apresentar uma proposta de reforma política –apontada como ´principal prioridade do PT—com a participação de Lula.

O documento também lança dúvidas sobre a real intenção do prefeito Gilberto Kassab de adesão à base de governo Dilma Rousseff.

Ele lembra que o próprio Kassab classifica seu novo PSD como "nem de centro, nem de direita, nem de esquerda".

Em seu discurso de posse, Falcão disse que trabalhará para fazer valer a hegemonia cultural e política do PT.

Fonte: iG