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Bombardeio da Otan na Líbia mata filho e netos de Kadafi

O filho mais novo de Muamar Kadafi, Saif al-Arab Kadafi, de 29 anos, assim como três netos do líder líbio, foram mortos na madrugada de sábado (30) para domingo durante um ataque aéreo da Otan, do qual o Kadafi escapou por pouco, anunciou um porta-voz do governo da Líbia.

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"A casa de Saif al-Arab Muamar Kadhafi (…), o mais jovem dos filhos de Muamar Kadafi, foi atacada com meios potentes. O líder e sua esposa estavam na casa com amigos e parentes" e estão sãos e salvos, declarou o porta-voz do governo, Mussa Ibrahim, durante uma entrevista coletiva à imprensa.

"O ataque provocou a morte como mártir de Saif al-Arab (…) e de três netos do líder", acrescentou o porta-voz.

Segundo o porta-voz, Muamar Kadafi passa bem. Ele não ficou ferido. Sua esposa também passa bem e não ficou ferida, mas outras pessoas ficaram, indicou.

"Foi uma operação que tinha como objetivo assassinar diretamente o líder deste país", acusou.
O porta-voz já havia acompanhado a imprensa a uma casa bombardeada em Trípoli. Pela amplitude da destruição, parecia pouco provável que houvesse sobreviventes.

No sábado à noite, três explosões foram ouvidas em Trípoli a partir do setor de Bab al-Aziziya, que abriga o complexo de Kadafi, após um bombardeio de aviões da Otan.

Em Benghazi, bastião dos rebeldes financiados e armados pelas potências imperialistas, houve comemoração com tiros para o alto durante a madrugada de sábado para domingo, após o anúncio da morte de Saif al-Arab, de acordo com informações da AFP.

"Eles estão muito felizes que Kadafi tenha perdido seu filho em um ataque aéreo e atiram para comemorar" sua morte, declarou o porta-voz militar do Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político da rebelião, apoiado pela Otan), coronel Ahmed Omar Bani, em Benghazi.
Muamar Kadafi havia reiterado neste sábado que não deixaria o poder, enquanto a Otan rejeitou seu apelo por uma negociação para pôr fim ao conflito na Líbia, que já dura cerca de três meses.

Em uma primeira aparição pública desde 9 de abril, Kadafi reafirmou que não sairia, apesar da pressão e dos ataques militares da Otan, das sanções financeiras internacionais, do embargo de armas e do congelamento de seus bens.

"A Otan deve abandonar qualquer esperança de uma saída de Muamar Kadafi. Não deixarei meu país e lutarei até a morte", disse em um pronunciamento transmitido pela televisão, classificando os rebeldes de "terroristas" vindos do exterior.

"Estamos preparados para negociar com a França e com os Estados Unidos, mas sem condições (…). Não nos renderemos, mas peço uma negociação. Podemos resolver nossos problemas entre líbios sem agressões. Retirem suas frotas e seus aviões", disse Kadafi à Otan.

A Aliança Atlântica, braço armado das potências imperialistas, rejeitou o apelo, ressaltando que cabe acima de tudo a Kadafi “interromper seus ataques contra civis”.

"A Otan manterá suas operações até que todos os ataques e as ameaças contra os civis tenham cessado", disse uma autoridade.

Em Trípoli, mais de 400 representantes de tribos fiéis ao governo afirmaram em um comunicado que se preparam para ir a Benghazi para um encontro com as tribos sob controle dos rebeldes tendo em vista "uma reconciliação".

Com agências