Guita Charifker: A sagração da natureza
Conheci Guita Charifker no atelier Coletivo, na Rua de São Bento, em Olinda, numa tarde em que os artistas do grupo se reuniram para uma matéria com a Imprensa. Baccaro se agitava de um lado para o outro e Samico, como sempre, se mantinha calado. Não lembro o que faziam Luciano Pinheiro e José de Barros.
Por Ronaldo Correia de Brito
Publicado 13/05/2011 12:23
Guita dava acabamento numa gravura em metal, tomando uma cachaça preparada por ela mesma, com rótulo da garrafa desenhado por Zé Cláudio: “Pau Dentro”. Gil Vicente não tinha vindo ao encontro e Eduardo Araújo estava viajando. Havia uma certa euforia nas pessoas, um esforço em manter funcionando o Atelier, que não andava bem das pernas.
A senha da amizade com Guita foi dada por Baccaro, quando me apresentou como romeiro de Juazeiro do Norte. Em pouco tempo eu estava adentrado no coração da desenhista, pintora, gravadora e aquarelista. O Ceará tinha a mesma luz do México, a praia de Taiba dera uma série de aquarelas, ela amava os cearenses. Melhor para mim. Três dias depois eu batia a aldrava da porta da casa de Guita, no Amparo, com um ramalhete de flores amarelas, cor do orixá de quem ela se diz filha: Oxum.
Nesses anos em que partilhamos alegrias e angústias comuns, como o judeu Spinosa que polia as suas lentes e o seu pensamento de filósofo, demos polimento na nossa amizade, esta que considero a mais elevada das artes. Ao mesmo tempo iniciei-me como estudioso e apreciador do desenho e da aquarela de Guita, impressionado com a independência da sua criação, com o seu modo de ver o mundo e a natureza que tanto ama.
Guita prometeu-me dar a entrevista que nunca havia dado a ninguém. Não sei se é esta. É bom que o artista nunca se desfaça dos seus mistérios. Que esteja sempre por revelar-se. Surpreendente a cada criação, como na arte de Guita, onde os mesmos símbolos se repetem originais, como o sol que nasce diferente todos os dias. É falando dessa vontade de criar, que ela principia a sua conversa comigo.
Como tudo começou?
Quando criança, já gostava de desenhar. Eu devia ter sete anos e estava numa mesa desenhando, quando um primo me olhou e disse: essa menina tem talento. Hoje sei que toda criança tem talento. Quando dou um atelier de aquarela explico que o desenho é como a nossa letra. Para os chineses isto é um fato consagrado. Um “m” é um arabesco. Escrevê-lo é como desenhar um animal, o tronco de uma árvore ou uma flor.
Levei muitos anos desenhando sozinha. Um dia, andava pela rua Velha, na Boa Vista, vi uma janela aberta, e através dela pessoas desenhando. Eu tinha dezesseis anos. Se não fosse esse momento, não sei o que teria sido a minha vida. Descobri que aquele era o Atelier da Sociedade de Arte Moderna do Recife, dirigido por Abelardo da Hora, freqüentado por Samico, Zé Cláudio, Wellington Virgolino, Ivonaldo Marins e outros.
Fui aceita como aluna e fiquei vários anos. Ali comecei a minha vida e compreendi o que é arte: a troca com outros artistas, a vida coletiva.
Você teve excelentes mestres, como Aloísio Magalhães, e foi companheira da melhor geração de artistas plásticos de Pernambuco. O Atelier de Arte Moderna era um mundo só de homens?
Não, tinha Celina Lima Verde, Maria de Jesus Costa e eu. Mas ainda éramos minoria. Representava um milagre, naqueles idos de 54, poder freqüentar um atelier onde predominavam homens.
Abelardo da Hora era um professor generoso, que percebia o caminho de cada aluno. Meu irmão até desenhava melhor do que eu. Mas desenho é paixão. Eu tinha essa paixão, coisa que ele não tinha. Quando não estava desenhando, eu sentia saudade. Comecei esculpindo. Amassei muito barro. Quando esculpia e voltava para casa, é como se tivesse deixado uma pessoa esperando por mim no atelier. Retornava no dia seguinte na maior alegria. Ao mesmo tempo que descobria a minha arte, me apaixonei por um rapaz, Júlio Charifker.
Da forma como você lembra é como se houvesse uma incompatibilidade entre amar um homem e gostar do próprio trabalho. A quem você estava mais apegada?
Não dava pra saber. Aos dois. Mais adiante, ao meu trabalho. Porém, muito mais adiante. Depois de três anos de namoro, Julio Charifker me pediu em casamento. Pensei: se tenho de ser uma artista medíocre, é melhor casar. Eu tinha muita vontade de ter filhos. Casamos em 1957 e um ano depois nasceu minha filha Rosali e dois anos depois o meu filho Saulo. Um dia, quando me penteava diante de um espelho, me perguntei: o que estou fazendo da minha vida? Eu devo fazer alguma coisa além de cuidar de filhos e casa.
Voltei a ter aulas com Abelardo da Hora, dessa vez na Associação Cristã Feminina. Pintava a óleo, principalmente figuras. Improvisei um atelier para mim, na garagem da minha casa, na rua do Sossego. Dividia o espaço com a lavadeira. Enquanto ela passava roupa, dava opiniões sobre os meus quadros. Em 67, fiz minha primeira viagem à Europa e a Israel. Meu marido não quis me acompanhar e eu viajei sozinha. Cheguei em Roma à noite e de manhã cedo fui à Capela Sistina. Quando me vi no interior da Capela fiquei tão emocionada que botei pra chorar. Vendo a produção italiana, senti vergonha do que fizera e percebi
quanto faltava para eu ser artista.
O escritor português, Miguel Torga, teve essa mesma sensação de pequenez diante da grandeza da arte italiana.
Enquanto me sentia perplexa no meio de tanta maravilha, vi uma vitrinezinha com desenhos, uma arte aparentemente modesta no meio de tanta exuberância. Decidi voltar a desenhar. De Roma fui a Israel. Lá, a primeira coisa que fiz foi comprar o material necessário para o meu trabalho. Visitei o Mar Morto, a Galiléia, desenhando o que via da janela do ônibus. As pessoas me cediam o lugar, o motorista parava a viagem para eu concluir algum detalhe. Nessa viagem em que procurava as minhas origens, redescobri o prazer do desenho.
Aqui na sua casa, olhando uma de suas mesas de trabalho, verifico que os símbolos de muitas religiões estão presentes, compondo um verdadeiro altar. Fica difícil supor que você é judia.
Isto sou. Vivi a minha infância integrada à comunidade judaica. Meus pais vieram da Europa Central por volta de 1914. Primeiro veio o meu pai. Um dia ele foi ao porto do Recife, acompanhando um tio materno, que ia buscar minha avó e minha mãe. Mamãe tinha apenas quinze anos. Quando ele a viu descendo do navio, apaixonou-se por ela. Logo se casaram e nascemos eu e meu irmão Fernando Greiber.A minha família praticava as tradições judaicas e na infância vivi intensamente essas tradições.
Hoje, sei que o ecumenismo é a única saída para as intolerâncias religiosas. Deus é um só e é nele que creio. As religiões são meras linguagens para falar de um mesmo Deus. Sou uma pessoa mística, mas não freqüento sinagogas. Nas minhas aquarelas posso me dar à liberdade de pintar um menorah, um espelho de Oxum ou uma Santa Luzia com os
olhinhos na mão. Importa-me apenas o deleite artístico e espiritual.
Existe um conto árabe do homem que morava em Bássora e vai a Bagdá atrás de um tesouro que todas as noites ele via em sonho. Ao chegar lá, ele descobre que o tesouro estava escondido no fundo de um poço, no meio de seu jardim.
Comigo aconteceu a mesma coisa. O encontro com Israel e as minhas raízes fez que eu me sentisse uma semente bem plantada no Nordeste e me descobrisse uma desenhista. Abandonei os modelos vivos e passei a desenhar de imaginação. Trabalhava dez horas, diariamente. Durante o dia cuidava da família. Às oito da noite, quando os meninos dormiam e o marido ia para a televisão, eu me recolhia no meu novo atelier, até as seis da manhã. Desenhava, lia, ouvia música, a noite inteira. Júlio era muito bom, um homem especial. Cuidava das crianças, levava para a escola, me deixava dormir até as 11 horas.
E como é que tudo sendo tão bom, um dia você deixa a casa e vai embora?
Porque ser artista é bem mais complicado. Você assume compromissos além do casamento. O casamento é uma vocação e arte é uma vocação, também. Não dá para ter duas vocações. Ou você tem uma, ou outra. Chega uma hora que você tem que escolher.
Joseph Campbell fala que os filósofos vivem absortos no pensamento e por isso não casam. Não sabia que isto também acontecia com os pintores. Você não está idealizando o artista?
Estava tudo maravilhoso, mas a arte foi mais forte e me chamou. Sou artista até hoje, aos 64 anos, e espero ser até os 80. E não casei nunca mais, porque casamento é uma única vez na vida, não precisa se repetir. Atualmente, quase todas as mulheres pintam. Naquela época poucas eram as mulheres que pintavam e tinham a coragem de assumir as posturas que assumi. Ao me entregarem o Troféu Cultural Cidade do Recife – 2000, é como se tivessem premiado as fantasias de uma meninaque um dia sonhou ser artista e conseguiu.
Nas histórias de fadas chega o dia em que o herói deixa a casa e vai à procura do seu destino.
Para a gente ser um artista universal tem de conhecer o mundo e voltar. Se não der esta saída fica muito limitado ao regional e isso não é bom. Foi importante viajar, ver o mundo e ser vista, conviver com artistas como Anna Letycia, Scliar, Marília Rodrigues e Roberto Pontual.
Um dia voltei e estou aqui na minha terra, de novo. Eu saí com uma pasta de desenhos e uma mala de roupas. Deixei tudo na minha casa, porque deixei os meus filhos. Levava muito sofrimento. Largava minha vida para trás, um mundo que nunca mais seria meu, porque eu escolhera outro mundo. Quando cheguei no Rio de Janeiro, fui recebida de braços abertos pelas pessoas e pelo Cristo Redentor. Fui morar na Urca, um lugar especial como Olinda, onde só moravam artistas. Meu primeiro apartamento foi o atelier de Anna Letycia. Da minha janela eu via o bondinho, subindo e descendo. Com pouco tempo estava integrada ao Rio, participando de oficinas e salões. Nos anos setenta, apesar de vivermos uma ditadura, tínhamos um senso de liberdade e uma grande alegria.
Olhando as suas aquarelas encontramos muitas paisagens e cores. Fico imaginando o momento em que você decidiu largar o desenho em nanquim e experimentar as cores no papel. Onde aconteceu isto?
Eu não fiquei apenas no Rio. Fui a Portugal, Argentina, França e Alemanha. Fiz exposições pelo mundo inteiro. Vivi em muitos lugares. Fui ao México para uma exposição íbero-americana de desenhos e gravuras e a cor daquele país me deslumbrou de tal maneira que comprei papel, pincéis, uma caixa de aquarelas e tornei-me aquarelista sem precisar fazer nenhum curso. Aqui em Pernambuco nós éramos muito ligados aos artistas mexicanos. Rivera, Orosco e outros pintores faziam parte da nossa formação em arte.
Cheguei no México para passar uma semana e terminei passando seis meses. Fiquei morando num sítio, próximo à capital. Lá eu encontrei a poesia e o carinho que procurava. Nunca vou esquecer o casal de camponeses que me acolheu, Dona Ângela e D. Sabino. Eles queriam que eu mandasse buscar os meus filhos no Brasil e ficasse morando com eles. O meu trabalho com aquarela começou no México, naquele sítio. É uma técnica delicada, que não admite erros. Quando se erra, tem-se de rasgar o papel e começar de novo. A pintura a óleo pode ser refeita, corrigida, retocada. A aquarela não. Mas ela tem a vantagem de poder ser praticada em qualquer lugar. Se você viaja, não tem de carregar telas e tinta a óleo. Basta uma caixinha de aquarelas, papel, luz e imaginação.
Tento recompor a sua trajetória de artista: o desenho, a pintura a óleo, o desenho, a aquarela… E a gravura, quando começa?
Eu desejava praticar a gravura em metal, que na verdade é um desenho em cima de uma chapa de cobre, muito antes de ter começado com a aquarela. Ana Letycia, minha mestra em gravura, dizia: Para que fazer gravura? Com o desenho que você tem, você tem mais é que desenhar. Só que o desenho é uma peça única e eu levava um mês fazendo um trabalho. A gravura tem a grande vantagem de ser um múltiplo. Insisti em aprender a gravar e pratico essa técnica até hoje. Sempre que vou ao Rio, retomo o meu trabalho de gravadora, lá no atelier da minha mestra.
Conversar com você é girar em torno de alguns temas obsessivos, que se repetem sempre: família, casa, cores, luz, amizade…
Minha vida tem sido um exercício constante da amizade. Primeiro teve o atelier da Ribeira: Roberto Amorim, que já está no céu; Tavares, que misteriosamente sumiu; João Câmara, José Barbosa, Adão Pinheiro, Ipiranga Filho e eu. O Mercado da Ribeira, naquela época, era apenas um decadente mercado de carne. Nós o transformamos num mercado de arte. Eu dava aulas de desenho, Adão Pinheiro de história da arte… Cada exposição era uma festa, com toda a população jovem de Olinda participando.
Um dia resolveram fechar a Ribeira e nós nos transferimos para um atelier menor, chamado 154, na Rua de São Bento. Defendíamos as mesmas idéias, mas com o tempo o grupo foi se dissolvendo. Meu último atelier foi feito no campo, ao ar livre, em mais um desses movimentos surgidos em Olinda, eu diria que uma retomada do gosto pelo paisagismo. Nós nos dividíamos em dois grupos: um com Samico, Célida, Luciano Pinheiro e Gil Vicente. Outro com Zé Cláudio e Eduardo Araújo. Num eu pintava aquarela, noutro pintava a óleo, porque Zé Cláudio achava que eu já tinha gasto papel demais. Viajávamos para Itapissuma, Itamaracá, Ipojuca…
Saíamos às sete da manhã e retornávamos às cinco da tarde. Esse grupo terminou formando o Atelier Coletivo. Giuseppe Baccaro ofereceu um espaço na Rua de São Bento, onde ele morava. Eu viajei para o Sítio Santa Clara, no Rio, onde criei uma série de novas aquarelas, e perdi o contato com o grupo. Fiz muitos amigos nas viagens. Em Nova Viçosa, na Bahia, junto de Krajcberg, comecei a apreciar os seres vegetais e a observar a natureza.
Nós dois estamos aqui sentados, nesse fim de tarde, olhando esse quintal olindense que mais parece uma floresta tropical. Vez por outra você me aponta uma flor, ou uma folha, ou um passarinho. Imediatamente reconheço as suas aquarelas.
Aqui, tenho o que mais necessito para a minha criação: tranqüilidade, modelos, muita luz e cor. Sem luz não existe aquarela. Tenho água, tintas e papel de boa qualidade. A solidão não me assusta. Nunca me sinto só, pois tenho os meus sonhos, fantasias e fantasmas. Amo a solidão e o silêncio. Mas essa solidão é relativa, pois estou sempre cercada de seres vivos, sobretudo os vegetais, os seres que mais compreendo e amo. Eles são o meu modelo.
Observo a natureza e crio. Mas a minha aquarela é bem diferente de uma aquarela de Margaret Mee, por quem tenho o mais alto respeito. Eu pinto numa perspectiva artística e a ela interessa o registro naturalista, chegar o mais próximo do real. Capto uma sensualidade emanada da própria natureza. Se olho uma árvore vejo homens, mulheres e bichos, nos troncos, nos galhos, nas folhas… Não é mérito meu vê-los, é pura observação. Quem olha a natureza, vê tudo que precisa para criar uma obra de arte. Basta sensibilidade para ver. Apesar dos seres humanos serem mais imperfeitos que os vegetais, eu os amo, pois sou humana. Os vegetais dão sombra, frutos, flores e não cometem atrocidades. Quando misturo figuras humanas com seres vegetais, proponho uma melhora para a nossa espécie. É como se dissesse: olhem os seres vegetais e tentem melhorar.
Sinto essa alegria no seu trabalho, um quase júbilo. Todo o tempo você celebra a vida, como uma sacerdotisa. Seus desenhos e aquarelas estão repletos de “amo” e “viva”.
Criar não é um sofrimento para mim, é uma alegria. Há artistas que sofrem para criar e outros que extraem a alegria da criação. Estou no segundo grupo. Nunca me dilacerei. Sofrer, para mim, é não criar. Criar é amar e o amor não é uma enfermidade. Preciso me sentir prenhe de amor para criar. Amor é um estado de graça. Não falo do amor de um homem por uma mulher. Falo de um sentimento mais pleno e universal.
Ágape é o nome dado a esse amor, no Banquete de Platão.
Sim, ágape. O ato de criação é a plenitude desse amor. Sigo a minha intuição, o meu instinto e sem nenhuma pretensão intelectual, faço. Deixo-me guiar pela emoção, pela música e principalmente pela luz. Não há sofrimento na minha criação. Nada de sofrimento. Eu não me violento para criar. Só crio quando estou em paz comigo. Quando não estou em paz faço outras coisas: arrumo casa, cuido de plantas, lavo louça… Quando a minha plenitude retorna, eu crio. Sempre com muito prazer e alegria. A arte não precisa ser maldita ou danada para ser uma grande arte. A arte é divina. Amo! Viva a arte!
Quem é Guita
Guita Charifker (Recife PE 1936). Pintora, desenhista, gravadora e escultora. Em 1953, estuda desenho e escultura no Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna, no Recife, ao lado do gravador Gilvan Samico (1928) e do pintor José Cláudio (1932), entre outros, sob orientação de Abelardo da Hora (1924). Colabora, em 1964, na fundação do Atelier da Ribeira, em Olinda, Pernambuco, do qual participa também o pintor João Câmara (1944). Em 1966, cria e dirige a Galeria do Teatro Popular do Nordeste. Desde a década de 1970, realiza pesquisas em gravura em metal na Oficina do Ingá, Niterói, sob orientação da gravadora Anna Letycia (1929). Em 1974, recebe o prêmio de viagem ao México no Salão Global de Pernambuco. Depois, trabalha no ateliê de João Câmara e freqüenta por algum tempo o ateliê do escultor Frans Krajcberg (1921). Organiza o Ateliê Coletivo, em Olinda, com pintor Gil Vicente (1958), José Cláudio e Gilvan Samico, entre outros, em 1985. Em 2001, é publicado o livro Viva a Vida! Guita Charifker: aquarelas, desenhos, pinturas, pela Secretaria de Educação e Cultura do Recife, e em 2003 são apresentadas exposições retrospectivas no Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, Rio de Janeiro, e na Pinacoteca do Estado de São Paulo – Pesp.
Pesquisa de texto e imagens e autorização dos artistas para publicação,
por Selenia Granja