Diretor do FMI é detido por agressão sexual em Nova Iorque
O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, favorito nas pesquisas para enfrentar o presidente conservador Nicolas Sarkozy nas eleições de 2012, foi indiciado por agressão sexual e tentativa de estupro contra uma camareira, em Nova Iorque. O socialista francês foi retirado no sábado (14) de um voo da Air France no Aeroporto Internacional John F. Kennedy 10 minutos antes da decolagem.
Publicado 15/05/2011 11:20
Segundo um funcionário do aeroporto, "o senhor Strauss-Kahn foi retirado de um voo da Air France por funcionários da Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey e entregue a policiais de Manhattan".
Strauss-Kahn, 62 anos, "foi indiciado por agressão sexual, retenção ilegal e tentativa de estupro de uma mulher de 32 anos em um quarto de hotel em Nova York", anunciou neste domingo (15) Ryan Sesa, porta-voz da polícia do Harlem (norte de Manhattan).
O advogado de Strauss-Khan em Washington, William Taylor, afirmou à AFP que o cliente vai se declarar inocente. Ao ser questionado se Strauss-Kahn pretende negar todas as acusações, o advogado respondeu apenas "Sim", sem fazer mais comentários.
Agressão
A funcionária do hotel Sofitel de Nova York afirma que Strauss-Kahn saiu nu do banheiro quando ela trabalhava e a agrediu. Segundo seu relato, publicado pela imprensa americana, a mulher entrou no quarto do diretor do FMI por acreditar que estava desocupado.
Mas quando estava limpando o local, Strauss-Kahn saiu do banheiro e tentou estuprá-la, afirma o jornal The New York Times, que cita o subcomissário de polícia de Nova York, Paul Browne.
Segundo a camareira, o francês a agarrou, jogou na cama e trancou a porta. A mulher disse que conseguiu correr, mas Strauss-Khan a pegou novamente e a levou para o banheiro.
De acordo com o canal MSNBC, Strauss-Kahn obrigou a vítima a praticar sexo oral e tentou arrancar as roupas íntimas dela. Mas a mulher conseguiu escapar e fugiu do quarto. Em seguida alertou os outros funcionários do hotel, que ligaram para o serviço de emergência policial 911.
Segundo fontes policiais, Strauss-Kahn deixou o hotel de maneira precipitada e esqueceu o telefone celular e outros objetos pessoais.
O número um do FMI está na delegacia do Harlem, para a qual foi levado no sábado (14) depois de ser detido quando estava em um avião que o levaria de volta à Europa. Ele comparecerá neste domingo (15) a uma audiência.
Strauss-Kahn recebeu no sábado (14) à noite a visita de um diplomata francês, amparado pela proteção consular que a França oferece a todos os seus cidadãos. Philippe Lalliot, cônsul geral em Nova York, visitou Dominique Strauss-Kahn, informou o porta-voz do ministério francês das Relações Exteriores, Bernard Valero. "A embaixada da França e o consulado em Nova York estão mobilizados. Estamos em contato com o FMI e as autoridades americanas", afirmou o porta-voz.
O FMI divulgou um comunicado em seu site, no qual informa a detenção de seu diretor, que assumiu o cargo em 2007. "O FMI segue completamente funcional e operacional", afirma a nota, assinada pela diretora mundial de relações externas, Caroline Atkinson. O texto acrescenta que a instituição não tem mais comentários a fazer sobre o caso.
Outras acusações
Esta não é primeira vez que Strauss-Kahn se vê envolvido em um incidente vinculado a uma agressão sexual. Em 2008, ele teve uma relação extraconjugal com uma economista húngara do FMI. A instituição financeira investigou o caso e concluiu que a relação foi consensual, mas considerou a conduta inapropriada.
John Sheehan, diretor de segurança do Sofitel, disse à AFP que a rede está cooperando com a investigação. "O Sofitel está trabalhando com o Departamento de Polícia de Nova York em sua investigação. A segurança de nossos clientes e membros de equipe são nossa maior prioridade", disse.
Eleições
Strauss-Kahn é uma das principais personalidades políticas da França e provável candidato do Partido Socialista às eleições presidenciais de 2012. O mandato de Strauss-Kahn à frente do FMI termina oficialmente em setembro de 2012, vários meses após a data das eleições presidenciais na França, mas o meio político francês apostava na renúncia de "DSK" para disputar a liderança do país contra o presidente Nicolas Sarkozy.
Strauss-Kahn deveria participar na próxima segunda-feira (16) de uma reunião de ministros das Finanças da Zona Euro, em Bruxelas, e planejava discursar na quarta no 12º Fórum Econômico de Bruxelas, evento organizado pela Comissão Europeia.
Fonte: Portal Terra